sexta-feira, 29 de maio de 2009

RESUMO DA BÍBLIA

DEUS CRIA O MUNDO A PARTIR DO NADA
No princípio, Deus criou o céu e a terra. A terra era ainda informe e vazia; estava coberta de águas e havia trevas por toda a parte.
Deus disse então: "Exista a luz" e a luz apareceu. Separou a luz das trevas e chamou à luz de "dia" e às trevas de "noite". Este foi o primeiro dia.
E Deus disse: "Faça-se um firmamento que separe as águas umas das outras" e assim se fez. Deus chamou ao firmamento de "céu". Foi o segundo dia.
E Deus disse: "Ajuntem-se as águas que estão debaixo do céu num só lugar e apareça o solo firme" e assim se fez. Deus chamou ao solo firme de "terra" e ao conjunto das águas de "mar".
E Deus disse: "Que a terra produza ervas, plantas e árvores que dêem frutos, cada qual segundo sua espécie" e assim se fez. Foi o terceiro dia.
E Deus disse: "Haja corpos luminosos no firmamento" e assim se fez. Deus criou então dois grandes astros: o maior para presidir ao dia e o menor para presidir a noite. Criou também as estrelas. Foi o quarto dia.
E Deus disse: "Povoem-se as águas de seres vivos e voem aves sobre a terra, debaixo do firmamento do céu". Deus criou então os peixes nas águas e as aves nos ares. Abençoou-os e disse-lhes: "Crescei e multiplicai-vos". Foi o quinto dia.
E Deus disse: "Produza a terra seres vivos de toda a espécie: animais domésticos, répteis e feras" e assim se fez.





DEUS CRIA O HOMEM
Em seguida, Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança; que ele domine os peixes do mar, as aves do céu, os animais e toda a terra”. Deus formou então o corpo do homem com o barro da terra e comunicou-lhe um sopro de vida. Ao primeiro homem deu o nome de "Adão". Foi o sexto dia.


DEUS INSTITUI O SÁBADO
No sétimo dia Deus descansou. Abençoou este dia e o santificou. [Deus também criou um mundo invisível, o dos espíritos inumeráveis chamados anjos. Eram bons e felizes, mas muitos deles pecaram por orgulho e foram precipitados no Inferno; são os espíritos maus ou demônios].





O HOMEM NO PARAÍSO
Deus plantara para o homem um jardim de delícias ou Paraíso, onde fez crescer árvores de todas as espécies, formosas à vista e carregadas de frutos deliciosos. No meio, erguia-se a árvore da ciência do bem e do mal. Deus colocou o homem neste jardim para o cultivar e guardar. E disse: "Podes comer dos frutos de todas as árvores do jardim, exceto da árvore da ciência do bem e do mal. Se comeres do fruto dessa árvore, morrerás".





DEUS CRIA EVA
Em seguida Deus disse: "Não é bom que o homem esteja só. Façamos-lhe uma auxiliar semelhante a ele". Mandou então um sono profundo a Adão e, tirando uma das suas costelas, formou com ela uma mulher. Quando Adão acordou, Deus a apresentou. Assim que a viu, Adão exclamou: "Eis o osso dos meus ossos e a carne da minha carne". Adão chamou à mulher de "Eva", que significa mãe de todos os viventes.





EVA E ADÃO COMETEM O PECADO
O demônio invejava a felicidade dos homens. Para os enganar, disfarçou-se em forma de serpente e disse à mulher: "Por que Deus vos mandou que não comêsseis dos frutos destas árvores?".
A mulher respondeu: "Nós podemos comer do fruto de todas as árvores. Só nos é proibido o fruto da árvore que está no meio [do jardim]. O Senhor mandou que nem a tocássemos, senão poderíamos morrer".
A serpente replicou: "Nada disso, vós não morrereis. Assim que comerdes deste fruto, ficareis com os olhos abertos e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal”.
Então a mulher pensou que seria bom comer desse fruto, que tão formoso lhe parecia. Apanhou um e comeu e depois o deu a seu marido, que comeu também. Imediatamente se abriram os olhos de ambos e perceberam que estavam nus. Costuraram folhas de figueira e fizeram cintos para se cobrir. Mas sentindo que Deus se aproximava, esconderam-se debaixo das árvores do jardim.





ADÃO E EVA CONFESSAM A SUA FALTA
Deus chamou por Adão, dizendo: "Onde estás?".
Adão respondeu: "Sentindo que vos aproximavas, tive medo porque estava nu e escondi-me”. Disse-lhe Deus: "Como soubeste que estavas nu?
Acaso comeste do fruto da árvore proibida?”“.
Adão respondeu: "A mulher que me deste por companheira deu-me do fruto desta árvore e eu comi”.
Então o Senhor disse à mulher: "Por que fizeste isso?".
Ela respondeu: "Foi à serpente que me enganou".




DEUS PROMETE O REDENTOR
Deus disse à serpente: "Já que fizeste isso, serás maldita entre todos os animais.
Andarás rastejando sobre o teu peito e comerás terra todos os dias da tua vida.
Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a sua raça e a tua; ela te pisará a cabeça e tu procurarás atingi-la no calcanhar".





DEUS CASTIGA O HOMEM PECADOR
À mulher [Deus] disse: "Terás grandes sofrimentos e muitos desgostos com teus filhos. Estarás sob o poder do marido e ele será o teu senhor”. A Adão disse: "A terra será maldita por tua causa. Por si só não produzirá além de espinhos e cardos. Comerás o pão com o suor do teu rosto até que voltes à terra de que foste tirado, porque tu és pó e ao pó irás retornar”. Depois Deus vestiu Adão e Eva com umas túnicas de peles e os expulsou do Paraíso. Pôs à entrada do Paraíso querubins armados com espada de fogo para guardar o caminho da árvore da vida.





Os Filhos dos Primeiros Homens
CAIM MATA SEU IRMÃO ABEL
Adão e Eva tiveram dois filhos: Caim e Abel. Abel era pastor de ovelhas e Caim lavrador. Aconteceu que ambos ofereceram sacrifícios ao Senhor. Caiu deu frutos das suas terras e Abel os melhores cordeiros do seu rebanho. O Senhor viu com prazer o sacrifício de Abel, mas não olhou para a oferenda de Caim. Este ficou muito irritado. O Senhor disse-lhe: "Por que estás irritado? Se praticares o bem serás recompensado, mas se fizeres o mal serás castigado. Domina as tuas paixões". Depois disto, Caim disse a seu irmão: "Saiamos". E, logo que estavam no campo, Caim lançou-se contra seu irmão Abel e o matou.





DEUS CASTIGA CAIM
Imediatamente o Senhor disse a Caim: "Onde está o teu irmão Abel?". Caim respondeu: "Não sei. Acaso sou o guarda de meu irmão?. Disse-lhe Deus: “O que fizeste”? O sangue de teu irmão grita da terra por mim. Por isso serás maldito sobre a terra que bebeu o sangue de teu irmão".Então Caim disse ao Senhor: "O meu pecado é tamanho que não mereço perdão. Esconder-me-ei do vosso olhar e quem me encontrar me matará". Disse-lhe o Senhor: "Não será assim". E marcou-o com um sinal para que ninguém ousasse matá-lo. Caim afastou-se e andou errante pelo oriente do Éden. Os seus descendentes foram os maus filhos dos homens.





SET SUBSTITUI ABEL
Adão e Eva tiveram outro filho, ao qual chamaram Set. Os descendentes de Set foram os piedosos filhos de Deus. Mas, pouco a pouco, aliaram-se com os maus filhos dos homens e adotaram os seus perversos costumes. [Deus concedeu larga vida aos patriarcas: Adão viveu 930 anos; Set, 912; Matusalém, avô de Noé, 969; Henoc, pai de Matusalém, viveu com tanta piedade que o Senhor o levou deste mundo e ele não morreu].




A História de Noé e seus Filhos
DEUS ANUNCIA O DILÚVIO
Deus viu que os homens se pervertiam cada vez mais. Arrependeu-se de tê-los criado e disse: "Exterminarei os homens da face da terra". Só um homem, chamado Noé, achou graça diante do Senhor porque era justo. Deus disse a Noé: Faze uma arca de madeira com 300 côvados de comprimento, 50 de largura e 30 de altura; reveste-a de betume por dentro e por fora. Mandarei o dilúvio sobre a terra; tudo o que nela vive perecerá. Mas farei uma aliança contigo. Entrarás na arca com teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos. “Tomarás também animais de cada uma das espécies para que sobrevivam contigo e alimentos para o vosso sustento”. E Noé fez tudo o que Deus lhe havia ordenado.





O DILÚVIO INUNDA A TERRA
Então Deus abriu todas as fontes do grande abismo e uma chuva torrencial caiu durante 40 dias e 40 noites. As águas aumentaram e passaram 15 côvados acima dos montes mais altos. A arca flutuava sobre as águas. Todos os homens e todos os animais morreram. Só sobreviveu Noé e os que estavam com ele na arca. As águas cobriram a terra durante 150 dias. Então Deus mandou um vento quente e as águas começaram a baixar. Por fim, a arca deteve-se sobre uma montanha da Armênia.





DEUS ESTABELECE UMA ALIANÇA COM NOÉ.
Noé saiu da arca com toda a sua família e os animais. Levantou um altar e ofereceu um sacrifício ao Senhor. O Senhor aceitou o seu sacrifício e disse: "Nunca mais um dilúvio devastará a terra". Em seguida, abençoou Noé e os seus filhos e disse-lhes: "Eis que vou fazer a minha aliança convosco e com a vossa posterioridade. O meu arco nas nuvens é o sinal da minha aliança convosco".





Os Descendentes de Noé
CAM PECA CONTRA SEU PAI
Os filhos de Noé que saíram com ele da arca chamavam-se: Sem, Cam e Jafet. Cam era pai de Canaan. Deles descenderam todos os homens que depois povoaram a terra. Noé, que era agricultor, começou a cultivar a vinha e fez vinho. Mas, como ainda não conhecia a sua força, foi surpreendido pela embriaguez e adormeceu nu na sua tenda. Cam, vendo o pai naquele estado, pôs-se a rir dele. Pelo contrário, Sem e Jafet entraram recuando na tenda para não verem o pai e o cobriram com o seu manto.





NOÉ JULGA OS FILHOS
Logo que Noé soube o que tinham feito seus filhos, disse: "Maldito seja Canaan! Ele será escravo dos escravos de seus irmãos!". Em seguida, abençoou Sem e Jafet, dizendo-lhes: "Bendito seja o Senhor, Deus de Sem, e Canaan seja seu escravo! Alargue-se Jafet e habite nas tendas de Sem e Canaan seja seu escravo!".





DEUS DISPERSA OS DESCENDENTES DE NOÉ
Os descendentes de Noé foram muito numerosos. Partindo do Oriente, estabeleceram-se na planície de Senaar. Ali, disseram uns para os outros: "Construamos uma cidade e ergamos uma torre que chegue até o céu". Até então, todos os homens falavam a mesma língua. Deus disse: "Vou confundir-lhes a linguagem, de forma que não se entendam uns com os outros”. Tiveram então de parar com os seus trabalhos. À cidade, chamou-se Babel, que quer dizer confusão, por lá ter sido confundida a linguagem dos homens. Noé morreu com 950 anos de idade, 350 após o dilúvio. [Pouco a pouco os homens esqueceram o Senhor e caíram na idolatria. Então Deus escolheu Abraão e a sua descendência, o povo de Israel, para guardar a verdadeira fé e a esperança na vinda do Redentor].





A História de Abraão
DEUS CHAMA ABRÃO
Taré, descendente de Sem, teve três filhos: Abrão, Nacor e Aran. Tendo partido de Ur, na Caldéia, com seu filho Abrão, seu neto Lot e Sarai esposa de Abrão, foi viver em Haran, na Mesopotâmia. Um dia, Deus disse a Abrão: "Sai da tua terra e da casa de teu pai e vai para a terra que eu te mostrar. Em ti serão benditas todas as nações da terra”. Abrão obedeceu. Foi com Sarai, sua mulher, e seu sobrinho Lot para a terra de Canaan. Aí lhe apareceu o Senhor e lhe disse: "Darei esta terra aos teus descendentes".





MELQUISEDEC ABENÇOA ABRÃO
Aconteceu que uns reis estrangeiros invadiram aquela terra, saquearam as cidades e levaram muitos cativos. Abrão reuniu 318 servos e, à frente deles, perseguiu os inimigos, venceu-os e retomou todo o saque. No regresso, passou pela cidade de Salém. Então Melquisedec, rei de Salém trouxe pão e vinho para o sacrifício porque era sacerdote do Altíssimo. E abençoou Abrão, dizendo: "Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, Criador do céu e da terra!". Depois disto, Abrão deu-lhe o dízimo de todos os seus bens.





DEUS PROMETE DESCENDÊNCIA A ABRAÃO
Abrão não tinha filhos. Uma noite, Deus disse-lhe: "Levanta os olhos e conta, se podes, as estrelas do céu! A tua descendência será tão numerosa como elas". Abrão acreditou em Deus e Deus imputou à justiça a sua fé. Aos 99 anos de idade, Abrão teve outra aparição em que o Senhor lhe disse: "Daqui em diante não te chamarás Abrão, mas sim Abraão, porque te destinei oara pai de muitas gentes. Para o futuro, não chamarás a tua mulher de Sarai, mas de Sara. Eu a abençoarei e ela terá um filho ao qual chamarás Isaac. Concluirei com ele uma aliança perpétua em favor da sua posterioridade".





DEUS EXPERIMENTA ABRAÃO
Deus cumpriu a sua promessa. Sara teve um filho na sua velhice e Abraão deu-lhe o nome de Isaac. Sendo este já crescido, Deus experimentou Abraão e disse-lhe: "Toma Isaac, teu filho único a quem amas, para me ofereceres em sacrifício na montanha que eu te designar”. Abraão levantou-se antes de amanhecer, preparou o jumentinho, cortou a lenha necessária para o sacrifício e pôs-se a caminho com Isaac e dois servos. Ao terceiro dia, avistou de longe a montanha do sacrifício. Disse então aos servos: "Esperai aqui com o jumento enquanto eu e meu filho vamos lá em cima adorar o Senhor". Pôs a lenha sobre os ombros de Isaac e ele mesmo levou o fogo e o cutelo. Enquanto subiam, Isaac disse: "Meu pai!". Abraão perguntou: "O que queres meu filho?". Isaac respondeu: "Levamos o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o sacrifício?". Abraão disse: "Deus tratará disso, meu filho”. Quando chegaram, Abraão levantou o altar, dispôs nele a lenha, amarrou o filho e o colocou em cima. Em seguida, agarrou no cutelo para imolar a criança.





DEUS POUPA ISAAC
Então, do alto do céu, gritou o anjo do Senhor: "Abraão! Abraão! Não faças mal ao menino. Agora sei que temes a Deus, pois não poupaste teu filho único para me obedeceres". Abraão levantou os olhos e viu um cordeiro preso num espinheiro. Foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto em lugar do filho. Então o anjo do Senhor disse pela segunda vez: "Já que para me obedeceres não poupaste o teu filho único, eu te abençôo. Dar-te-ei uma posterioridade tão numerosa como as estrelas do céu e a areia na praia marítima. Em um dos teus descendentes serão benditas todas as nações da terra”. [Abraão viveu até a idade de 175 anos. Seu filho sepultou-o em Mambré, junto de Sara, sua esposa].





A História de Isaac e Jacó
ESAÚ VENDE O DIREITO DE PRIMOGENITURA
Isaac casou com Rebeca, neta de Nacor, irmão de Abraão. Deus deu-lhe dois filhos gêmeos. O primeiro era muito peludo, chamou-se Esaú; o segundo recebeu o nome de Jacó. Esaú tornou-se hábil caçador; Jacó gostava de viver na sua tenda. Um dia, Jacó havia preparado um prato de lentilhas. Esaú chegou da caça, exausto de fadiga, e disse-lhe: "Dá-me desse legume vermelho porque estou muito cansado!". Jacó respondeu: "Primeiro dá-me o direito de primogenitura". Esaú disse: "Estou morrendo de fome. De que me serve o direito de primogênito?". Jacó continuou: "Jura que me cedes". Esaú fez o juramento e depois de ter comido e bebido, saiu.





JACÓ É ABENÇOADO EM VEZ DE ESAÚ
Estando velho e quase cego, Isaac disse a Esaú: "Toma o teu arco, vai à caça e traz-me o guisado de que eu gosto para eu te abençoar antes de morrer". Logo que Esaú saiu, Rebeca disse a Jacó: "Meu filho, vai escolher no rebanho dois dos melhores cabritos; com eles farei para teu pai um prato como ele gosta e tu irás levá-lo para ele te abençoar antes de morrer”. Depois de ter preparado o prato, Rebeca vestiu a Jacó com as roupas de seu irmão Esaú; cobriu-lhe o pescoço e as mãos com a pele dos cabritos e mandou-o a Isaac, seu pai. O velho mandou Jacó se aproximar, apalpou-lhe as mãos e o pescoço, mas não o reconheceu. Depois de ter comido, Isaac abençoou Jacó e disse: "Deus te dê do orvalho do céu e da fertilidade da terra. As nações hão de inclinar-se diante de ti e tu serás o senhor de teus irmãos. Maldito seja quem te amaldiçoar e bendito quem te abençoar!”. Foi assim que Jacó se tornou herdeiro das promessas.





DEUS ABENÇOA JACÓ
Esaú ficou muito zangado com seu irmão Jacó e queria matá-lo. Jacó soube disso e fugiu para a Mesopotâmia. Durante a viagem, viu em sonhos uma escada que ligava a terra ao céu e os anjos de Deus subiam e desciam por ela. No alto estava o Senhor que lhe disse: "Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão e Isaac. Dar-te-ei a ti e à tua descendência a terra em que repousas. A tua posterioridade será numerosa como os grãos de areia da praia e num dos teus descendentes serão abençoadas todas as nações".





JACÓ RECEBE O NOME GLORIOSO DE ISRAEL
Jacó ficou 20 anos na Mesopotâmia, em casa de seu tio Labão. Por fim, Deus disse-lhe: "Volta para a terra de teus pais e eu estarei contigo”. Jacó obedeceu. No caminho, um homem misterioso lutou com ele até pela manhã. E disse-lhe então: "Deixa-me porque já vem vindo à aurora". Jacó respondeu: "Não te deixarei partir enquanto não me abençoares". O homem misterioso disse-lhe "Daqui em diante não te chamarás Jacó, mas Israel - que quer dizer guerreiro de Deus - porque se lutaste com tanta valentia com Deus, muito mais forte serás contra os homens". E o abençoou. [Mais tarde, Esaú reconciliou-se com Jacó. Este teve doze filhos: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Dan, Neftali, Gad, Aser, Issacar, Zabulon, José e Benjamim. Isaac morreu em Hebron, com 180 anos de idade].





A História de José
OS IRMÃOS TÊM INVEJA DE JOSÉ
Jacó amava e preferia José do que os outros filhos e mandou-lhe fazer uma túnica de várias cores. Por isso, os mais velhos começaram a invejá-lo. Um dia praticaram uma ação muito má e José os acusou ao pai. Desde então seus irmãos tomaram-lhe ódio e começaram a falar-lhe com maus modos. Uma vez, José disse-lhes: "Ouçam um sonho que tive: estávamos no campo a atar feixes. O meu feixe ergueu-se de pé e os vossos puseram-se em volta e prostraram-se diante dele". Os irmãos replicaram-lhe: "Porventura serás nosso rei?". E o odiavam cada vem mais. José contou-lhes ainda outro sonho dizendo: "Vi em sonhos o sol, a lua e onze estrelas inclinarem-se diante de mim". O pai repreendeu-o: "O que significa esse sonho que tiveste? Acaso eu, tua mãe e teus irmãos haveremos de nos prostar diante de ti?". E a inveja e o ódio dos irmãos aumentava cada vez mais.





JOSÉ VENDIDO POR SEUS IRMÃOS
Um dia, os irmãos de José tinham ido para muito longe com os rebanhos. E o pai disse a José: "Vai ver se os teus irmãos estão bem". Assim que eles o avistaram, disseram: "Lá vem o sonhador. Matemo-lo e depois diremos que uma fera o devorou”. Logo que José chegou até eles, seus irmãos o despiram da túnica de várias cores e o lançaram numa cisterna velha. Por acaso passava por ali uma caravana de mercadores estrangeiros que seguia para o Egito. E eles, então, tiraram José da cisterna e o venderam por vinte moedas de prata. Em seguida, tingiram a túnica com o sangue de um cabrito e mandaram-na ao pai com este recado: "Encontramos esta túnica. Não será a de vosso filho?". O pai a reconheceu e disse: "A túnica é do meu filho! Uma fera devorou José". E nunca mais deixou de chorar pelo filho.





JOSÉ NA PRISÃO
Os mercadores levaram José para o Egito e lá o venderam a um dos dignitários do faraó, chamado Putifar, que o fez administrador de seus bens. Um dia, a mulher de Putifar tentou arrastá-lo para o pecado, mas José disse-lhe: "Como eu poderia cometer tamanha injustiça e pecar contra o meu Deus?". Ela ficou muito irritada e disse ao marido: "José quis que eu cometesse o pecado". O egípcio acreditou na mulher e mandou prender José.





JOSÉ EXPLICA OS SONHOS
Deus estava com José. O chefe da prisão gostava dele e confiou-lhe a vigilância dos outros presos. Aconteceu que o rei do Egito mandou prender o copeiro e o chefe dos padeiros como culpados de um crime contra sua pessoa. Uma manhã José, vendo-os muito tristes, perguntou-lhes: "Por que estais tão preocupados?". Eles responderam: "Tivemos um sonho e ninguém sabe interpretá-lo". José disse-lhes: "Só Deus dá a inteligência dos sonhos. Contai-me o sonho”. O copeiro-mor disse: "Vi em sonho uma cêpa de videira que tinha três varas. Peguei em dois cachos, espremi-os numa taça e apresentei-a ao faraó". José disse-lhe: "As três varas significam três dias. Dentro de três dias o faraó te restituirá ao cargo. Lembra-te de mim quando fores feliz. Pede ao faraó que me tire deste cárcere porque eu não fiz mal algum”. O padeiro disse por sua vez: "No meu sonho, parecia-me levar à cabeça três cestos de pão branco. No cesto que ia por cima havia muitas iguarias para o faraó, mas as aves vinham comê-las". José disse: "Os três cestos significam três dias, depois dos quais o faraó te mandará cortar a cabeça e as aves devorarão tua carne”. Três dias depois, o faraó festejava o aniversário do seu nascimento. Durante o banquete, lembrou-se do copeiro-mor e restituiu-o ao seu cargo; ao padeiro, mandou enforcar, tudo como José lhes tinha predito. Mas o copeiro, retornando ao seu lugar, não se lembrou mais de José.





ELEVAÇÃO DE JOSÉ
Dois anos depois, o faraó teve também um sonho: viu sair do Nilo sete vacas, lindas e gordas, e depois outras sete, feias e magras, que devoravam as primeiras. Em seguida, viu sair do mesmo caule sete espigas cheias de grãos e formosas, e outras sete, delgadas e vazias que engoliram as primeiras. Ninguém soube interpretar o sonho do faraó. Então ele mandou chamar José, que lhe disse: "As sete vacas formosas e as sete espigas cheias significam sete anos de abundância. As sete vacas magras e as sete espigas vazias significam sete anos de fome. Virão agora sete anos de grande fertilidade para todo o Egito, mas depois seguir-se-ão sete anos de penúria. Escolha, pois, o faraó um homem sábio e prudente para recolher o sobejo das colheitas e reservar provisões para os sete anos de miséria”. O faraó aceitou este conselho e disse a José: "Quem haverá mais sábio e prudente do que tu? Faço-te senhor de todo o Egito". E, tirando o anel real, colocou-o no dedo de José. Vestiu-o ricamente, pôs-lhe no pescoço um colar de ouro e mandou-o passear em triunfo no seu côche real. Além disso, deu-lhe um nome egípcio que significa salvador do mundo. Todos deviam se prostrar diante de José. Chegaram os sete anos de fertilidade e José mandou recolher todo o excedente das colheitas. Seguiram-se os sete anos de miséria e o povo começou a pedir pão ao faraó. O faraó respondia: "Ide a José". Então José mandou abrir os celeiros. De toda a parte acorria gente ao Egito para comprar trigo.





JOSÉ TORNA A VER OS IRMÃOS
Jacó mandou também seus filhos ao Egito comprar trigo. Mas não deixou que Benjamim fosse com receio de lhe acontecer algum mal. José reconheceu seus irmãos logo que os viu, mas eles não o reconheceram. Falou-lhes como a estrangeiros e disse-lhes: "Vós sois espiões!". Eles responderam: "Oh, não, senhor! Viemos de Canaan só para comprar trigo. Somos doze irmãos. O mais novo ficou em casa e o outro... desapareceu!". José fingiu não acreditar e mandou-os prender. Passados três dias, ordenou que viessem à sua presença e disse-lhes: "Se sois de paz, um de vós ficará como refém. Os outros podem voltar, mas devem trazer seu irmão mais novo. Dessa forma saberei que falais a verdade”. Depois deu ordem para que lhes enchessem os sacos, mas teve o cuidado de mandar pôr em cada um o dinheiro da compra. Quando eles chegaram em casa e abriram os sacos, ficaram muito admirados por lá encontrarem o dinheiro.





JOSÉ DÁ-SE A CONHECER
Tendo acabado o trigo, Jacó disse a seus filhos: "Voltai ao Egito e comprai mantimentos para vivermos". Um dos irmãos respondeu: "Bem queremos ir, mas é preciso levar o nosso irmão mais novo!". Jacó respondeu: "Se assim é necessário, levai Benjamim convosco”. Desceram eles ao Egito com Benjamim. Assim que chegaram à presença de José, ofereceram-lhe presentes e inclinaram-se diante dele até ao chão. Ele retribui-lhes a saudação e perguntou: "O vosso pai ainda é vivo?". Eles disseram: "O nosso pai, vosso servo, ainda é vivo e está com saúde". Então, vendo Benjamim, perguntou: "Este é o vosso irmão mais novo? Deus te abençoe, meu filho". E retirou-se apressadamente para ocultar as lágrimas. No dia seguinte, não podendo dominar por mais tempo a sua comoção, exclamou a soluçar: "Eu sou José, vosso irmão, a quem vendeste. Ide depressa ter com meu pai e o trazei-me. Eu tratarei de vós". Lançou-se então ao pescoço de Benjamim e , chorando, abraçou-o; abraçou também todos os irmãos. Estes saíram e puseram-se a caminho.





JACÓ VAI PARA O EGITO (aprox. 1920 a.C.)
Quando chegaram, os irmãos de José disseram a seu pai: "José, vosso filho, ainda vive e é ele quem governa todo o Egito". Jacó não queria acreditar, mas depois disse: "Vou ter com ele. Quero vê-lo antes de morrer". E pôs-se a caminho do Egito. José saiu ao encontro do pai. Chegando à sua presença, lançou-se ao seu pescoço e, chorando, abraçou-o. Em seguida, José apresentou seu pai e seus irmãos ao faraó. Este disse a José: "Dá-lhes a melhor parte da terra". José estabeleceu-os na região de Géssen. Jacó viveu ainda 17 anos no Egito. Antes de morrer, abençoou cada um de seus filhos. A Judá disse: "Judá, teus irmãos te louvarão e os filhos de teu pai prostrar-se-ão diante de ti. O cetro não se afastará de Judá até que venha aquele que deve ser enviado e que as nações esperam”. [Depois da morte de seu pai, os irmãos de José recearam que ele quisesse se vingar e foram implorar o seu perdão. José disse-lhes, chorando: "Não temais. Eu cuidarei de vós e de vossos filhos". Prestes a morrer, disse ainda a seus irmãos: "Deus vos reconduzirá à terra que prometeu a nossos pais. Levai os meus ossos convosco". Morreu no Egito com 110 anos. Embalsamaram-no e depuseram-no num caixão.]





A História de JÓ
JÓ É EXPERIMENTADO NOS SEUS BENS
Em Hus, terra da Arábia, vivia um homem chamado Jó, reto, justo, temente a Deus e afastado do mal. Tinha 7 filhos e 3 filhas; possuía grandes rebanhos de ovelhas, camelos, bois e jumentos, além de muitos criados. Era homem muito considerado em todo o Oriente. Deus experimentou-o, permitindo a Satanás que lhe fizesse muito mal. Um dia, chegou um mensageiro e disse a Jó: "Andavam os bois a lavrar e a jumentas a pastar junto deles e eis que surgiram os sabeus e os levaram. Passaram à espada os criados. Só escapei eu para vos trazer esta notícia” Falava ainda quando chegou outro mensageiro que disse: "Os caldeus lançaram-se sobre os camelos, levaram-nos e trucidaram todos os criados. Só escapei eu para vos trazer esta notícia”. Enquanto este falava, entrou outro mensageiro dizendo: "Os vossos filhos e filhas estavam a comer e beber em casa do irmão mais velho. De repente desencadeou-se um violento furacão vindo do deserto. Sacudida de todos os lados, a casa desabou sobre eles e esmagou a todos. Só eu escapei para vos anunciar esta triste notícia”. Então Jó levantou-se, rasgou as vestes e, raspada a cabeça, prostrou-se por terra e adorou o Senhor, dizendo: "O Senhor deu, o Senhor tirou. Como foi do agrado do Senhor, assim se sucedeu. Bendito seja o nome do Senhor!". Jó não pecou em nenhuma destas coisas, nem pronunciou nenhuma palavra insensata contra Deus.





JÓ É EXPERIMENTADO NA SUA SAÚDE
Satanás foi então ferir Jó com uma lepra horrível, que o cobriu desde a planta dos pés até ao alto da cabeça. E Jó tirava o pus de suas úlceras com um pedaço de telha. Dizia-lhe a mulher: “Ainda estás firme na tua piedade?". Ele respondia: "Falas como mulher insensata. Se recebemos os bens da mão de Deus, por que não receberemos também os males?".





JÓ PERMANECE FIEL A DEUS
Alguns amigos de Jó ousaram afirmar que Deus o castigava por causa dos seus pecados. Mas Jó disse: "Ainda que Deus me matasse, confiaria sempre nele. Eu sei que o meu Redentor vive e que no último dia ressurgirei da terra; serei novamente revestido do meu corpo e na minha carne verei o meu Deus. Sim, eu mesmo o verei e os meus olhos o hão de contemplá-lo. Esta esperança repousa no meu coração".





DEUS DÁ A JÓ O DOBRO DOS BENS PERDIDOS
Deus restituiu o dobro de tudo que ele possuía. Deu-lhe também sete filhas e três filhos. Jó viveu ainda 140 anos e viu os filhos dos seus filhos até a quarta geração.





A História de Moisés
PROSPECTO
Os hebreus estavam no Egito ha quase 400 anos e tinham-se tornado muito numerosos. O faraó resolveu aniquilá-los: mandou tratá-los severamente e ordenou que se lançassem ao Nilo todos os seus filhos recém-nascidos. Deus inspirou à filha do faraó que recolhesse uma destas crianças e ela chamou-lhe de Moisés e o educou. Com cerca de 40 anos de idade, Moisés teve que fugir porque tomara a defesa dos israelitas. Por ordem de Deus, voltou 40 anos depois e fez os israelitas saírem do Egito. Foi seu chefe no deserto durante 40 anos e conduziu-os até a fronteira da Terra Prometida.





MOISÉS SALVO DA MORTE
Os descendentes de Jacó tornaram-se muito numerosos no Egito. Chamavam-se a si próprios de filhos de Israel ou israelitas porque Jacó recebera de Deus o nome de Israel. Os estrangeiros chamavam-lhes de hebreus. Passado muito tempo, houve no Egito um novo rei que não conhecia a história de José. Temendo que os filhos de Israel se tornassem demasiadamente poderosos, oprimiu-os com penosos trabalhos de construção e cultura. Por fim, prescreveu que se lançassem ao Nilo todos os seus filhos recém-nascidos. Uma mãe israelita teve um filho. Como era muito lindo, escondeu-o durante três meses. Porém, não podendo conservá-lo oculto por mais tempo, tomou um cesto de junco betumado com resina e pez, meteu dentro o menino e foi expô-lo nuns canaviais à margem do rio. A irmã do menino conservou-se escondida a alguma distância para ver o que acontecia. Chegou à filha do faraó e, vendo um cesto no meio do canavial, mandou uma criada buscá-lo. Abriu-o e viu o menino chorando. Ficou cheia de pena e disse: "É filho de hebreus". A irmã da criança aproximou-se e disse: "Quereis que vá chamar uma mulher israelita para amamentar esse menino". Ela respondeu: "Vai, sim". A menina foi chamar a própria mãe. Esta levou o menino e o educou. Quando já estava crescido, levou-o à filha do faraó, que o adotou e disse: "Chamar-se-á Moisés porque o tirei da água".





DEUS ENVIA MOISÉS PARA LIBERTAR O SEU POVO
Chegado aos 40 anos de idade, Moisés viu a aflição dos israelitas e tomou a sua defesa. O faraó ficou sabendo e mandou procurá-lo para lhe dar a morte. Então Moisés fugiu para a terra de Madian, onde ficou a guardar ovelhas. Em dia, chegou com o seu rebanho ao interior do deserto, perto do monte Horeb e ali o Senhor lhe apareceu no meio das chamas que se elevavam de uma sarça de espinhos. Embora toda em chamas, a sarça não se consumia. Moisés se aproximou e então o Senhor gritou-lhe do meio da sarça: "Moisés, Moisés!". Moisés cobriu o rosto para não ver a Deus. O Senhor disse-lhe: "Vi a aflição do meu povo. Por isso desci para o libertar e o conduzir a uma terra onde corre o leite e o mel. És tu quem fará sair o meu povo do Egito". Moisés partiu imediatamente para o Egito. Saiu-lhe ao encontro, por ordem de Deus, seu irmão Aarão e Moisés contou-lhe tudo. Moisés e Aarão foram procurar o faraó e disseram-lhe: "O Deus dos hebreus disse: 'Deixa partir o meu povo'". O faraó não consentiu e Deus o castigou, mandando-lhe grandes desgraças. Mas o faraó continuou endurecido. O Senhor disse a Moisés: "Ferirei o faraó e a sua gente com uma última praga, depois da qual ele vos deixará partir. À meia-noite passarei pelo Egito e todo o filho primogênito dos egípcios morrerá. Mas aos filhos de Israel não se sucederá mal algum".





MOISÉS MANDA CELEBRAR A PÁSCOA (aproximadamente 1500 a.C.)
Por ordem de Deus, Moisés mandou aos filhos de Israel que celebrassem a Páscoa, dizendo-lhes: "No dia 14 deste mês, à tarde, cada chefe de família imolará um cordeiro sem defeito, com um ano de idade, sem lhe quebrar osso algum. Com um molhinho de hissôpo, aspergirá seu sangue nas umbreiras e na padieira da porta. Comereis a sua carne, assada no fogo, com pão sem fermento e ervas amargas. Tereis os rins cingidos, as sandálias nos pés e o bordão na mão. E comereis depressa porque é a Páscoa, isto é, a Passagem do Senhor. Nesta mesma noite, ferirei de morte todos os filhos primogênitos do Egito. Mas vendo o sangue nas vossas casas, passarei adiante e a praga destruidora não vos atingirá”. Os filhos de Israel fizeram o que o Senhor lhes ordenou. Pela meia-noite, o Senhor feriu de morte os primogênitos de todas as famílias do Egito. Ouviu-se em todo o país um enorme grito de dor porque não havia casa onde não houvesse um morto.





OS ISRAELITAS SAEM DO EGITO
O faraó chamou Moisés e disse-lhe: "Leva depressa o teu povo". Os egípcios também pediam para que os israelitas saíssem o quanto antes, "senão morreremos todos", diziam eles. Os filhos de Israel partiram em número de 600 mil, sem contar as mulheres e crianças. Moisés levou também os ossos de José. Guiados por Deus, que ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem, de noite numa coluna de fogo, chegaram todos ao Mar vermelho. Entretanto, o faraó arrependeu-se de ter deixado partir os israelitas. Perseguiu-os com os seus carros e todo o exército e foi alcançá-los junto ao Mar vermelho. Moisés disse ao seu povo: "Não temais, o Senhor combaterá por vós!". Por ordem de Deus, Moisés estendeu a mão sobre o mar; imediatamente as águas se dividiram, erguendo-se como muralha à direita e à esquerda, e os israelitas atravessaram sem molharem os pés. Os egípcios avançaram por sua vez até ao meio do mar. Mas o Senhor disse a Moisés: "Estende a mão sobre o mar". Moisés obedeceu e imediatamente as águas se juntaram e cobriram todo o exército do faraó, com os carros e cavaleiros. Ninguém escapou. Os filhos de Israel entoaram então um cântico de louvor e ação de graças ao Senhor, dizendo: "Cantemos ao Senhor porque fez brilhar a sua glória: precipitou no mar os cavalos e os cavaleiros”. Em seguida, os israelitas conduzidos por Moisés dirigiram-se para o deserto.





DEUS PROTEGE O SEU POVO
No deserto, os israelitas tiveram fome. Deus disse-lhes: "Esta tarde comereis carne e amanhã pela manhã tereis pão em abundância. E sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus". Efetivamente, à tarde, pousaram cordonizes sobre os acampamentos e no dia seguinte apareceu a terra coberta de uma coisa miúda, parecida com a geada. Vendo isto, os filhos de Israel perguntaram: "Manhu?, que significa 'o que é isto?'. Moisés disse-lhes: "Este é o pão que o Senhor vos dá para comer". Daí vem o nome de maná.O maná tinha sabor de bolos de mel. Os israelitas comeram maná durante 40 anos até chegarem em Canaan.Doutra vez, faltou água e o povo queixou-se a Moisés: “Para que nos fizeste sair do Egito”? Foi para morrermos de sede?". Moisés perguntou ao Senhor: "O que farei a este povo?". Deus disse-lhe: "Toma a tua vara e bate com ela no rochedo; jorrará água e o povo terá o que beber". E assim aconteceu.





DEUS PROMULGA O DECÁLOGO
No terceiro mês depois da saída do Egito, os israelitas chegaram ao pé do Sinai. Armaram as tendas em frente do monte e Moisés subiu até junto de Deus. O Senhor disse-lhe: "Manda que lavem as vestes e estejam prontos para o terceiro dia. Nesse dia, quando soar a trombeta, que se aproximem do monte". Moisés obedeceu ao Senhor. Na madrugada do terceiro dia, houve trovões e relâmpagos e uma espêssa nuvem envolveu o Sinai. Ouviu-se então o som estridente das trombetas. Todos se atemorizaram. Moisés levou os israelitas para junto da montanha e o Senhor promulgou o decálogo: Eu sou o Senhor, teu Deus:
I. Não terás outros deuses, nem farás imagens deles para as adorar.
II. Não pronunciarás em vão o nome do Senhor, teu Deus.
III. Lembra-te de santificar o dia do sábado.
IV. Honra teu pai e tua mãe para viveres muito tempo sobre a terra.
V. Não matarás.
VI. Não cometerás adultério.
VII. Não furtarás.
VIII. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
IX. Não cobiçarás a mulher do teu próximo.
X. Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem o seu campo, nem o seu servo ou serva, nem o seu boi ou jumento, nem coisa alguma que lhe pertença. O povo tremia de medo. Todos disseram: "Faremos o que o Senhor mandou e seremos fiéis". Por ordem de Deus, Moisés tornou a subir ao Sinai e lá ficou 40 dias e 40 noites. Então o Senhor deu-lhe os dez mandamentos, escritos por sua mão, em duas tábuas de pedra.





MOISÉS ORGANIZA O CULTO DIVINO
No Sinai o Senhor disse a Moisés: "Haveis de fazer-me um santuário. Quero habitar no meio de vós". Moisés mandou então construir o Tabernáculo. Era feito de tábuas, com ricas coberturas. Quando os israelitas se punham em marcha, desmanchavam o Tabernáculo para o levarem com eles. O Tabernáculo tinha dois compartimentos: o santo e o santo dos santos. No santo dos santos, encontrava-se a arca da aliança. Na arca, guardavam-se as duas tábuas da Lei. [No santo, encontravam-se o altar dos perfumes, a mesa dos pães da proposição e o candieiro de sete braços. No átrio, estava o altar dos holocaustos. Deus disse também a Moisés: "Aarão e seus filhos exercerão funções sacerdotais". Moisés estabeleceu seu irmão Aarão como sumo-sacerdote e designou para sacerdotes os filhos de Aarão e os seus descendentes. Os sacerdotes deviam oferecer os sacrifícios. Geralmente ofereciam animais, que se imolavam, sendo a carne consumida pelo fogo sobre o altar. Havia também sacrifícios incruentos. Celebravam-se três grandes festas: a Páscoa, em memória da saída do Egito; o Pentecostes, comemorando a promulgação da Lei ao pé do Sinai; e a dos Tabernáculos, para relembrar a peregrinação do povo através do deserto. Em todas as semanas, o sétimo dia ou sábado devia ser consagrado unicamente ao culto do Senhor.]





EXPLORAÇÃO DA TERRA DE CANAAN
Logo que os israelitas chegaram à fronteira meridional de Canaan, Moisés enviou 12 homens, um por cada tribo, a explorar a terra. No regresso, trouxeram eles frutos deliciosos como romãs, figos e, numa vara, conduzida por dois homens, um enorme cacho de uvas. E disseram: "É na verdade uma terra onde corre o leite e o mel!”. Porém, os israelitas já estavam cansados de vaguear através do deserto. E disseram a Moisés: "Por que nos mandaste sair do Egito? Foi para nos deixar morrer no deserto? Nós não temos pão, falta-nos a água e já estamos enjoados deste maná!”. Para castigo, o Senhor mandou serpentes, cuja picada queimava como fogo. Muitos israelitas foram picados e morreram. Os outros reconheceram o seu pecado e arrependeram-se. Então Moisés intercedeu por eles. Deus disse-lhe: "Faze uma serpente de bronze e expõe-na num poste. Aqueles que, sendo feridos, olharem para ela, viverão". Moisés assim fez e todos os que, tendo sido picados, olhavam para a serpente de bronze, ficaram sãos. [Moisés morreu no topo do monte Nebo, à vista da Terra Prometida, com 120 anos de idade.]





A História de Saul
[Depois da morte de Moisés, Josué introduziu os israelitas na terra de Canaan (aprox. 1450 a.C.). Milagrosamente auxiliado por Deus, os fez atravessar o Jordão, tomou a cidade de Jericó, conquistou toda a terra em 7 anos e a dividiu pelas 12 tribos. Josué morreu com 110 anos de idade. Durante os 300 anos que se seguiram, os israelitas não tiveram nenhum chefe único reconhecido por todas as tribos. Cada tribo vivia sob um chefe particular e governava-se segundo os costumes do regime patriarcal. Muitas vezes os israelitas esqueciam do Deus de seus pais. Então o Senhor, para os castigar, abandonava-os aos seus inimigos. Mas, logo que se arrependiam, vinha em seu auxílio. Suscitava entre eles alguns homens, chamados juízes, que os livravam dos seus perseguidores. Houve 14 juízes em Israel; os principais foram: Gedeão, Sansão, Heli e Samuel (aprox. 1400 a 1095 a.C.).].





SAUL É PROCLAMADO REI DE ISRAEL
Samuel tinha envelhecido e seus filhos não lhe seguiam os conselhos. Por isso, os israelitas disseram-lhe: "Dá-nos um rei como têm as outras nações”. Samuel não gostou desse pedido. Consultou o Senhor e este disse-lhe: "Faz o que eles pedem!” Passado algum tempo, estando Samuel em Ramá, viu chegar junto de si um filho de Cis, chamado Saul, da tribo de Benjamim. O Senhor disse-lhe: "Eis o homem destinado para reinar sobre o meu povo!”. No dia seguinte, pela manhã, Samuel tomou um vaso de óleo, derramou-o sobre a cabeça de Saul, beijou-o e disse: "Por esta unção, o Senhor te faz príncipe da sua herança". Em seguida, convocou o povo para apresentar-lhe o eleito de Deus. Assim que Saul apareceu na assembléia, Samuel disse: "Olhai: foi aquele que Deus escolheu". Então todos exclamaram: "Viva o rei!”.





SAUL DESOBEDECE A DEUS.
DEUS REJEITA-O
Saul reinou durante 40 anos. A princípio, foi fiel a Deus e Deus deu-lhe vitória sobre os amalecitas. Mas logo se tornou orgulhoso e deixou de obedecer às ordens do Senhor. Numa guerra contra os filisteus, Saul tinha a ordem de esperar a chegada de Samuel antes de travar a batalha. Samuel devia oferecer um sacrifício a Deus, para implorar a sua proteção. No sétimo dia, como Samuel não chegava e o exército, cansado de esperar, começava a dispersar-se, Saul ofereceu o sacrifício em vez do sumo-sacerdote. Apenas tinha acabado quando Samuel chegou e lhe disse: Procedeste insensatamente! Por isso, não serás rei por muito tempo!”





A ELEIÇÃO DE DAVI
Deus disse a Samuel: "Enche de óleo o teu recipiente e vai à casa de Isaí, em Belém, porque escolhi um dos seus filhos para ser rei no lugar de Saul". Samuel foi a Belém. Isaí mostrou-lhe primeiro o seu filho mais velho, que era alto e elegante. Mas o Senhor disse-lhe: "Não repares para a sua elevada estatura. Não é esse quem escolhi". Isaí apresentou-lhe sucessivamente os outros seis filhos. Samuel disse-lhe: "O Senhor não escolheu nenhum deles. Não tens mais nenhum?". Isaí respondeu: "Ainda falta Davi, o mais novo, que anda a guardar as ovelhas". Disse-lhe Samuel: "Manda-o chamar”. Quando Davi chegou, o Senhor disse a Samuel: "Unge-o! É esse!". Samuel tomou o vaso de óleo e ungiu Davi na presença de seus irmãos. Desde então, repousou sobre Davi o espírito do Senhor.





A História de Davi (Aprox. 1055-1015)
DAVI VENCE O GIGANTE GOLIAS
Estorou a guerra contra os filisteus e todos os irmãos de Davi tiveram de pegar em armas. Um dia, o pai de Davi mandou-o ao acampamento para obter notícias. Enquanto ele estava lá, saiu um gigante do campo dos filisteus, que tinha seis côvados e um palmo de altura. Usava capacete de metal, couraças e tornozeleiras de bronze. A haste de sua lança era como o órgão de um tear. Dirigindo-se ao exército de Israel, Golias dizia: "Escolhei entre vós um homem que ouse lutar comigo. Se ele me matar, seremos vossos escravos; mas se eu o matar, sereis nossos escravos". E ninguém ousava lutar com ele. Então Davi apresentou-se e disse: "Irei combater com ele". Tomou o cajado e escolheu na torrente cinco pedras bem lisas, metendo-as numa sacola; depois com a funda na mão, avançou contra o filisteu. O gigante, vendo Davi tão pequeno, gritou-lhe: "Serei eu algum cão para vires contra mim armado com um pau?. Davi respondeu: “Tu vens contra mim com espada, lança e escudo e eu avanço em nome do Senhor”. Hoje o Senhor vai entregar-te nas minhas mãos e toda a terra saberá que há um Deus em Israel". Então Davi tirou uma pedra da sacola e arremessou-a com a funda. A pedra foi cravar-se na fronte do filisteu e o gigante caiu por terra. Davi correu e, tirando-lhe a espada, cortou-lhe a cabeça. Os filisteus fugiram aterrorizados e os israelitas matou-os em grande quantidade.





MAGNANIMIDADE DE DAVI
Depois de ter matado o filisteu, Davi voltou com Saul. Por toda a parte as mulheres saíam ao seu encontro, cantando: "Saul matou mil e Davi matou dez mil". Essa preferência irritava o rei. Um dia, enquanto Davi tocava harpa na sua presença, Saul atirou por duas vezes a lança contra ele, para o matar, mas Davi esquivou-se ao golpe. Desde então Saul teve medo de Davi porque via que o Senhor estava com ele. Tendo Davi alcançado nova vitória na guerra contra os filisteus, aumentou a inveja de Saul. Davi pôs-se, então, em fuga e, com alguns de seus companheiros mais fiéis, refugiou-se no deserto. Saul perseguiu-o com 3 mil homens. Um dia, Davi entrou sem ruído na tenda de Saul enquanto este dormia. Abisai aconselhava-o a matar o rei naquela oportunidade, mas Davi recusou-se dizendo: "Quem poderá levantar a mão contra o ungido do Senhor sem cometer crime?". Contentou-se em levar a lança e a taça do rei. Em seguida, de uma colina vizinha, gritou a Abner, general de Saul: "Abner, por que não guardaste o teu rei e senhor? Vê agora onde está a lança e a taça do rei!". Saul reconheceu a voz de Davi e ficou muito arrependido. Algum tempo depois, Saul travou batalha com os filisteus nos montes de Gelboé. O seu exército foi derrotado e Saul ficou gravemente ferido. Então disse ao escudeiro: "Desembainha a espada e mata-me!". Como o escudeiro hesitasse, Saul deixou-se cair sobre a própria espada e morreu.





DAVI É PROCLAMADO REI
Então Davi consultou o Senhor, que lhe disse: "Sobe a Hebron". Os homens de Judá o acolheram bem e deram-lhe a unção real. Entretanto, Abner, general de Saul, elevou ao trono Isboset, filho de Saul. Só ao fim de sete anos e seis meses depois da morte de Abner e de Isboset os anciãos das tribos de Israel foram procurar Davi em Hebron e o reconheceram como rei. Logo que subiu ao trono, Davi pôs-se à frente de seus guerreiros e marchou sobre Jerusalém que estava então em poder dos jebuseus. Conquistou a fortaleza de Sião, estabeleceu nela a sua residência e chamou-lhe cidade de Davi. [Hábil e valente guerreiro, Davi venceu diversas guerras. Bateu os filisteus, submeteu os moabitas, os sírios, os idumeus e os amonitas. O seu reino estendia-se do Eufrates até o Egito.]





DAVI ORGANIZA O CULTO DIVINO
Davi mandou construir na colina de Sião uma tenda magnífica para a celebração do culto. Para lá foi transportada à arca da aliança no meio de um cortejo imponente. Os sacerdotes levaram a arca. Grande número de cantores e músicos abrilhantavam a cerimônia. O próprio Davi tocava harpa diante da arca. Depois de colocar a arca no novo tabernáculo, Davi organizou o culto divino. Distribuiu os sacerdotes em 24 classes encarregadas do serviço divino, por turnos, cada qual por uma semana. Escolheu também 4 mil levitas para executar os cânticos sagrados e acompanhá-los com instrumentos. Estes cânticos têm o nome de Salmos, isto é, cânticos de louvor. Davi também pensava em construir um templo ao Senhor. Mas Deus mandou-lhe dizer pelo profeta Natan: "Não serás tu que me construirás uma casa, mas sim Salomão, teu filho. Eu firmarei para sempre o seu trono. Serei para ele um pai e ele será para mim um filho".





REVOLTA DE ABSALÃO
Davi tinha um filho, chamado Absalão, que organizou uma conspiração contra ele e, tendo-se proclamado rei em Hebron, marchou sobre Jerusalém. Davi só teve tempo de fugir. Acompanhado de seus servos fiéis, saiu da cidade, atravessou o Cedron e subiu o monte das Oliveiras, descalço e com a cabeça coberta. Depois, refugiou-se para além do Jordão. Absalão perseguiu o rei travou-se uma batalha. Davi disse a seu general: "Poupai o meu filho Absalão!". O exército de Absalão foi derrotado e ele fugiu num cavalo. Ao passar por baixo de um carvalho frondoso, seu cabelo prendeu-se nos ramos da árvore e ele ficou suspenso, enquanto o animal continuava a correr. Levaram a notícia a Joab. Este tomou três lanças e traspassou com elas o coração de Absalão. Depois vieram os escudeiros e acabaram de o matar. Quando lhe anunciaram o resultado da batalha, Davi perguntou: "Meu filho Absalão está vivo?". O mensageiro respondeu: "Oxalá tenham a mesma sorte todos os inimigos do rei!". Davi, cheio de tristeza, repetia a chorar: "Meu filho Absalão! Absalão filho meu! Quem me dera ter morrido por, Absalão meu filho, filho meu Absalão!”. [Chegando ao término de sua vida, Davi mandou dar a unção real a seu filho Salomão. Morreu com 70 anos de idade, depois de ter reinado 40 anos em Israel (aprox. 1015 d.C.).]





A História de Salomão (Aprox. 1015-975 a.C.)
SALOMÃO PEDE A DEUS A SABEDORIA
Salomão sucedeu a seu pai Davi no trono. Uma noite, o Senhor apareceu-lhe em sonhos e disse-lhe: "Pede-me o que quiseres e eu te darei". Salomão respondeu: "Senhor, meu Deus, fizeste-me rei, a mim vosso servo! Sou ainda muito novo e inexperiente e o vosso povo é numeroso. Dai-me um coração dócil para que eu saiba governar". O Senhor disse-lhe: "Não me pedes longos dias, nem riquezas, mas sabedoria para bem julgar. Vou atender o teu desejo. Dou-te sabedoria e inteligência como ninguém a teve, nem jamais terá. Dou-te também o que não me pediste: riquezas e glória. E se tu guardares os meus preceitos, como os guardou teu pai Davi, dar-te-ei longos anos de vida".





SALOMÃO JULGA SABIAMENTE
Pouco tempo depois, apresentaram-se duas mulheres a Salomão. Uma disse: "Senhor, eu e esta mulher habitávamos na mesma casa. Durante a noite, estando a dormir, sufocou o filho e, aproveitando-se do meu sono, pôs o meu filho adormecido junto de si e colocou aos meus pés o seu filho que estava morto. De manhã, olhando de perto para ele, vi que não era o meu filho". A outra mulher interrompeu: "Não, o meu filho é o que está vivo, o teu morreu". A primeira replicou: "Não, o teu é que morreu. O que está vivo é meu". E continuaram a disputar. Então o rei disse: Trazei uma espada, dividi em duas partes o menino que está vivo e dai metade a cada uma!”“. Cheia de amor ao seu filho, à mulher cujo filho estava vivo suplicou: "Senhor, peço-vos que lhes deis a ela o menino vivo e não o mateis!". A outra, pelo contrário, dizia: "Não seja para mim nem para ti, mas divida-se". Então Salomão disse: "Dai a primeira o menino vivo porque é ela a verdadeira mãe". E assim todo o povo de Israel soube que a sabedoria de Deus assistia ao rei para julgar com retidão.





A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO
No décimo ano do seu reinado, Salomão enviou embaixadores a Irã, rei de Tiro, para lhe dizer: "O Senhor deu-me paz com todos os meus vizinhos e penso em lhe edificar uma casa. Manda-me, pois, cortar no Líbano cedros e ciprestes!". Irã consentiu e fez-se uma convenção entre os dois reis. Salomão escolheu milhares de operários em todo o Israel e os mandou, por turnos, trabalhar no Líbano com a gente de Irã. Além disso, tinha milhares de carreteiros e cabouqueiros no monte; era lá que se aparelhavam as pedras. Terminada a construção, que levou 7 anos, Salomão convocou os príncipes do povo e ordenou que se transladasse a arca para o templo, com grandioso cortejo. Cento e vinte sacerdotes tocavam trombetas; os levitas cantavam salmos ao som de instrumentos musicais. Imolaram-se inúmeras ovelhas e bois. Colocada a arca no santo dos santos, uma nuvem encheu a casa do Senhor. Salomão prostrou-se diante do altar dos holocaustos e disse: "Senhor, Deus de Israel, se os céus não vos podem conter, muito menos esta casa que eu vos edifiquei. Todavia, dignai-vos a lançar sobre ela um olhar de misericórdia e ouvi a todos aqueles que orarem neste lugar". Então desceu o fogo do céu e consumiu as vítimas. Depois o Senhor apareceu a Salomão e disse: "Nesta casa estarão sempre os meus olhos e o meu coração".





DESCRIÇÃO DO TEMPLO
O templo de Salomão reproduzia a planta do tabernáculo, mas em maiores dimensões. O edifício tinha 60 côvados de comprimento, 20 de largura e 30 de altura. Do lado do Oriente erguia-se um pórtico. Dos outros três lados, tinha encostada uma construção de 18 côvados, dividida em 3 andares, com compartimentos para guardar o mobiliário do templo. O interior compreendia o santo e o santo dos santos. O santo tinha 40 côvados de comprimento; o santo dos santos, que se prolongava do lado do Oriente, tinha 20 côvados de comprimento, 20 de largura e 20 de altura. As paredes e os tetos do santuário eram guarnecidos de tábuas de cedro e ornados com flores, palmas e querubins esculpidos, tudo revestido de ouro. O próprio pavimento era de lâminas de ouro. Em volta das construções havia dois átrios: um no interior reservado aos sacerdotes e outro no exterior para o povo.





A RAINHA DE SABÁ VISITA SALOMÃO
Acabada a construção do templo do Senhor, Salomão construiu também para si um esplêndido palácio. O trono era de ouro e marfim e a baixela era do mais fino ouro. Os seus navios iam buscar nos países mais longínquos ouro e objetos preciosos de toda a espécie, como dentes de elefante e pavões. Em riqueza, excedeu todos os reis da terra. De todos os países do mundo corria gente para ver Salomão e todos se honravam em lhe oferecer presentes. A rainha de Sabá, na Arábia, veio também a Jerusalém com grande comitiva para conhecer a sabedoria de Salomão. Quando o ouviu e viu toda a sua magnificência, ficou encantada e disse: "Na verdade, a tua sabedoria e a tua glória ultrapassam a fama que tinha chegado até mim. Bem-aventurados os servos que estão sempre contigo e ouvem as palavras da tua sabedoria! Bendito seja o Senhor, teu Deus, que te colocou sobre o trono de Israel". E ofereceu-lhe ricos presentes de ouro e pedras preciosas antes de voltar para o seu país.





PECADO DE SALOMÃO
Salomão desposou mulheres pagãs que o levaram a cair na idolatria, quando já era velho. O Senhor mandou-lhe dizer: "Porque transgrediste os meus mandamentos, eu dividirei o teu reino. Contudo, em atenção ao meu servo Davi, deixarei uma parte dele a teu filho". Salomão reinou 40 anos em Jerusalém.
O Reino de Israel (Aprox. 975-722 a.C.)
DEZ TRIBOS SE SEPARAM DE ROBOÃO
Depois da morte de Salomão, os chefes das tribos foram ter com Roboão e disseram-lhe: "Teu pai impôs-nos um jugo duríssimo. Suaviza um pouco esse fardo e nós te serviremos". Roboão respondeu: "Voltai dentro de três dias". Depois foi se aconselhar com os anciãos que assistiam a seu pai. Estes disseram-lhe: "Se fores condescendente com o povo, ele te servirá sempre". Roboão desprezou este conselho para seguir o dos novos, do seu tempo, e respondeu ao povo: "Tornarei o vosso jugo ainda mais pesado! Meu pai bateu-vos com azorragues, mas eu vos flagelarei com escorpiões!”. Então dez tribos escolheram Roboão para rei e constituíram o reino separado de Israel, que teve por primeira capital Siquém e mais tarde Samaria. As tribos de Judá e Benjamim permaneceram fiéis aos descendentes de Davi e formaram o reino de Judá, com capital em Jerusalém.





ROBOÃO INTRODUZ O CULTO AOS ÍDOLOS
Jeroboão levantou dois bezerros de ouro, um em Betel, ao sul e outro em Dan, na parte setentrional. Ao mesmo tempo, proibiu ao povo que voltasse a Jerusalém para adorar o Senhor. Levantou templos e pôs neles sacerdotes que não pertenciam à tribo de Levi. E assim levou o povo ao culto dos ídolos. Deus disse-lhe pelo profeta Aías: "Exterminarei a tua casa porque me rejeitaste".





DEUS ENVIA PROFETAS
Para levar os reis e o povo a melhores sentimentos, Deus enviou-lhes os seus profetas, que pregavam a penitência pela palavra e pelo exemplo, anunciavam os castigos iminentes e prediziam muitos passos da vida do futuro Salvador. Deus concedia-lhes o dom de operarem muitos milagres em confirmação de suas palavras.





O REINO DE ISRAEL SUCUMBE (aprox. 975-722 a.C.)
O reino de Israel durou 253 anos. Teve 19 reis: Jeroboão I, Nadab, Baasa, Ela, Zambri, Amri, Acab, Ocozias, Jorão, Jeú, Joacaz, Joás, Jeroboão II, Zacarias, Selum, Manaém, Faceia, Faceias e Oséias. Os israelitas não ouviram as advertências que Deus lhes fazia pelos profetas. Foi por isso que o Senhor, irritado, os abandonou. Salmanasar, rei da Assíria, tendo conhecimento de que Oséias ultimo rei de Israel, preparava uma revolta, cercou a Samaria com um grande exército. Três anos depois, Sargon, seu sucessor, apoderou-se da cidade, destruiu-a completamente e levou a maior parte dos habitantes cativos para a Assíria (aprox. 721 A.C.).




OS SAMARITANOS
O rei da Assíria mandou colonos pagãos para a terra devastada de Israel. Estes aliaram-se com os poucos israelitas que lá ficaram e desta aliança proveio à raça mista dos samaritanos. Ao culto dos ídolos pagãos, os samaritanos juntavam a adoração ao verdadeiro Deus, em honra do qual edificaram um templo no monte Garizim, perto de Siquém. Viveram sempre em inimizade com os judeus. [Entre os profetas que apareceram no reino de Israel, os mais célebres são Elias, Eliseu e Jonas.] Os Profetas Elias e Eliseu





DEUS ENVIA O PROFETA ELIAS
Acab, sétimo rei de Israel, foi mais ímpio que todos os seus predecessores. Tomou por mulher uma pagã, Jezabel, filha do rei de Sidon; adorou o falso deus Baal, edificou-lhe um templo na Samaria servido por 450 sacerdotes idólatras e mandou matar os sacerdotes do Senhor. Então Deus mandou o profeta Elias, que se apresentou diante do rei e disse: "É tão certo como Deus vive que não haverá orvalho nem chuva em Israel enquanto eu não o disser!". Depois o Senhor disse a Elias: "Vai-te esconder nas margens da torrente de Carit. Beberás água da torrente e os corvos te alimentarão nesse lugar". Elias obedeceu. Todos os dias, de manhã e à tarde, os corvos lhe levavam pão e carne e ele bebia água da torrente.





ELIAS E A VIÚVA DE SAREPTA
Passado algum tempo, a torrente secou. Então o Senhor disse a Elias: "Vai para Sarepta, na terra dos Sidônios, porque ordenei a uma viúva dessa cidade que te sustente". Elias foi. À porta da cidade, viu uma mulher que apanhava lenha e disse-lhe: "Busque-me um pouco de água e um pedaço de pão". Ela respondeu: "Só tenho um pouco de farinha numa panela e um pouco de azeite no recipiente. Cozinharei esses restos para mim e para meu filho, senão morremos de fome". Elias disse-lhe: "Não te preocupes. Com o punhado de farinha, faze-me um pãozinho cozido debaixo da cinza; depois farás outro para teu filho. Porque esta é a Palavra do Senhor: 'A farinha que está na panela não faltará nem diminuirá no recipiente o azeite até o dia em que o Senhor faça cair chuva sobre a terra'". A pobre viúva fez como Elias lhe tinha dito e não faltou à farinha na panela, nem diminuiu o azeite no recipiente.





ELIAS CONVOCA O POVO
Decorreram três anos e seis meses sem chover. A fome era extrema. Então o Senhor disse a Elias: "Vai apresentar-te diante de Acab para eu fazer cair chuva sobre a terra". Elias foi procurar Acab e disse-lhe: "Convoca todo o povo no monte Carmelo, incluindo os 450 sacerdotes de Baal". Acab assim o fez e foi também ao Carmelo. Então Elias disse: "Eu, o profeta do Senhor, estou só; os profetas de Baal são 450. Dêem-nos dois bois: eles escolherão um, cortá-lo-ão em pedaços e depois de os disporem sobre o altar, não lhes lançarão fogo. Eu farei o mesmo com o outro. Vós invocareis o vosso deus e eu invocarei o Senhor. O que acender a fogueira será o verdadeiro Deus". Eles disseram: "Que assim o seja".





ELIAS CONFUNDE OS SACERDOTES DE BAAL
Os sacerdotes de Baal fizeram os seus preparativos e puseram-se a gritar desde manhã até o meio-dia: "Baal, ouve-nos". Mas Baal não respondia. Elias disse-lhes: "Gritai mais alto. Naturalmente, o vosso Baal está a conversar ou talvez esteja na estalagem ou em viagem. Quem sabe se não está a dormir? Gritai mais alto para o acordar". Eles puseram-se a gritar cada vez mais, mas Baal nunca respondia. Então Elias tomou doze pedras, fez com elas um altar e cavou um buraco em volta. Depois cortou o boi em pedaços, colocou-os sobre a lenha e regou até que o buraco ficasse cheio de água. Em seguida, orou a Deus, dizendo: "Senhor, mostrai hoje que sois o verdadeiro Deus". Imediatamente o fogo caiu do céu e consumiu o holocausto, a lenha e até as pedras, além de absorver toda a água do buraco. O povo prostrou-se com o rosto por terra, gritando: "O Senhor é o verdadeiro Deus! O verdadeiro Deus é o Senhor!". O céu não tardou a escurecer e caiu uma chuva torrencial.





ELIAS PREDIZ A MORTE DE ACAB
Um homem, chamado Nabot, possuía uma vinha em Jezrael, junto ao palácio de Acab. Este disse-lhe: "Cede-me a tua vinha que em troca eu te dou outra melhor ou, se preferes, o seu valor em dinheiro". Nabot respondeu: "Deus me livrre de abandonar a herança de meus pais!". Acab foi embora muito zangado. Quando Jezabel, sua mulher, soube desta recusa, escreveu aos anciãos da cidade: "Arranjai duas testemunhas que digam que Nabot blasfemou. Depois levai-o para fora da cidade e apedrejai-o". Os anciãos executaram esta ordem. Nabot foi apedrejado e Acab tomou posse da vinha. Elias apresentou-se diante dele e disse: "Eis a Palavra do Senhor: 'Os cães lamberão o teu sangue onde lamberam o de Nabot e Jezabel será devorada pelos cães!”. Três anos depois, Acab foi gravemente ferido numa batalha contra o rei da Síria. Levaram-no num carro e à tarde ele morreu. Ao lavarem o carro, os cães vieram lamber o seu sangue. Algum tempo depois, o novo rei Jeú entrou na cidade de Jezrael. Jezabel estava à janela toda pintada e enfeitada. Jeú viu-a e disse: "Precipitai-a daí abaixo". Assim fizeram. Jezabel foi esmagada pelos cavalos e devorada pelos cães.





ELISEU RECEBE A SUCESSÃO DE ELIAS
Elias, sabendo que o Senhor queria levá-lo deste mundo, foi com seu discípulo Eliseu para a margem do Jordão. De repente, um carro de fogo, com cavalos também de fogo, separou-os um do outro e Elias foi arrebatado ao céu num turbilhão. Eliseu via-o e gritava: "Meu pai! Meu pai!". Mas logo tudo desapareceu. Eliseu tomou o manto que Elias deixara cair e retirou-se. Chegando ao Jordão, bateu com o manto nas águas e imediatamente elas se dividiram para o deixar passar. À vista deste prodígio, os discípulos do profeta disseram: "O espírito de Elias repousou sobre Eliseu”. Eliseu foi para Betel. Enquanto subia para a cidade, uns rapazes seguiram-no e insultavam-no, dizendo: "Sobe ó calvo! Sobe ó calvo!". O profeta ameaçou-os em nome do Senhor. No mesmo instante, saíram da floresta dois ursos que devoraram 42 destes rapazes.







A História do Profeta Jonas
JONAS NÃO QUER OBEDECER A DEUS
Jonas profetizou no reino de Israel depois da morte de Eliseu. O Senhor disse-lhe: "Vai pregar à grande cidade de Nínive porque a sua maldade chegou ao extremo”. Jonas tentou fugir do Senhor. Chegou a Jope e encontrou um navio que partia para Társis. Pagou a passagem e embarcou.





JONAS É LANÇADO AO MAR
Deus permitiu que uma forte tempestade pusesse o navio em perigo de se fazer em pedaços. Os marinheiros tiveram medo e cada um invocava o seu deus. Entretanto, Jonas, deitado no porão, dormia profundamente. O capitão despertou-o e disse-lhe: "Como podes dormir? Levanta-te e invoca o teu Deus para que não pereçamos". Em seguida, lançaram sortes para saberem qual deles era o responsável por aquela desgraça. A sorte caiu em Jonas, que disse: "Sei que foi por minha causa que nos sobreveio esta tempestade!”. Os marinheiros fizeram os maiores esforços para alcançar a terra, mas foi em vão. Então, invocando o Senhor, disseram: "Senhor, não nos deixeis morrer por causa deste homem". E atiraram Jonas ao mar. No mesmo instante, o mar serenou. O Senhor mandou um enorme peixe, que engoliu Jonas. Jonas esteve no ventre do peixe durante três dias e três noites e pedia ao Senhor seu Deus que o salvasse. O Senhor mandou então ao peixe que o vomitasse na praia.





OS HABITANTES DE NÍNIVE FAZEM PENITÊNCIA
De novo o Senhor disse a Jonas: "Vai a Nínive!". Desta vez, Jonas foi e andou pelas ruas da cidade um dia inteira, clamando: "Daqui a 40 dias Nínive será destruída". Os ninivitas creram em Deus, fizeram jejum e vestiram-se de luto, desde o maior ao mais pequeno. Deus teve compaixão deles e perdoou-lhes.





O SENHOR REPREENDE JONAS
Jonas saiu da cidade e sentou-se para ver o que aconteceria. E Deus fez crescer uma hera para lhe oferecer sombra. Vendo a planta, Jonas ficou cheio de alegria. Mas, na manhã seguinte, Deus enviou um bicho que roeu a raiz da hera e ela secou. O sol bateu em cheio na cabeça de Jonas e o profeta, cansado de sofrer, chamou a morte. Deus disse-lhe: "Tu reclamas por causa desta hera que não plantaste que nasceu numa noite e numa noite morreu. E eu não hei de perdoar a grande cidade de Nínive, onde há mais de 120 mil pessoas que não sabem distinguir a mão direita da esquerda e onde vive grande número de animais?".
O Reino de Judá (Aprox. 975-588 a.C.) [Desde o ano 975 a.C., data da separação das dez tribos até o fim do reino em 588, vinte reis - todos descendentes de Davi - governaram o reino de Judá. Só alguns foram fiéis a Deus. Tais foram: Josafá (914-889), Joatam (753-738), Ezequias (723-693) e Josias (637-607). Por fim, tanto o rei como o povo tornaram-se infiéis e Deus deixou de os proteger. Nabucodonosor, rei da Babilônia, tomou e destruí Jerusalém e levou em cativeiro para a Babilônia o rei Sedecias e a população. Os maiores profetas que apareceram no reino de Judá foram Isaías e Jeremias.]






ISAÍAS ANUNCIA O MESSIAS
Isaías foi enviado por Deus no último ano de Osias (804-753) e ainda exerceu o ministério profético durante o reinado dos três sucessores deste rei. Com inteira liberdade e nos têrmos mais vivo, repreendeu o povo escolhido sobre suas graves prevaricações e a sua odiosa ingratidão para com Deus. Ameaçou-o com os severos castigos do Senhor e empregou todos os esforços para o reconduzir a Deus. Mas o povo não quis converter-se e, assim, foi correndo para a sua perdição. As profecias messiânicas de Isaías têm especial importância. Ele prediz o nascimento virginal do Messias, a sua divindade, os seus milagres, a sua paixão e morte, seguidas da sua glorificação. Os vaticínios são tão claros e precisos, que se diria ser ele um evangelista a contar a vida de Jesus: "Uma virgem conceberá e dará à luz um filho e seu nome será Emanuel, isto é, Deus conosco" (Is 7,14). "Nasceu para nós um menino e foi-nos dado um filho: foi posto o principado sobre o seu ombro e ele será chamado Admirável, Conselheiro, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da Paz" (Is 9,5)."Dizei aos corações receosos: não temais, o próprio Deus virá para nos salvar. Então se abrirão os olhos dos cegos e se desimpedirão os ouvidos dos surdos, o coxo saltará como um cervo e desatar-se-á a língua dos mudos" (Is 35,4. 6)."Foi desprezado como o último dos homens, foi um homem de dores. Tomou sobre si as nossas fraquezas e dores. Foi ferido por causa de nossos pecados. Foi despedaçado por causa de nossos crimes. O castigo que nos era devido caiu sobre Ele. Fomos curados graças às suas feridas. Ofereceu-se como vítima em sacrifício voluntário, como ovelha que é levada ao matadouro e como cordeiro diante de quem o tosquia; guardou silêncio e nem sequer abriu sua boca" (Is 53,3. 7)."Será invocado pelas nações e será glorioso o seu sepulcro!" (Is 11,10).





ISAÍAS PREDIZ A RUÍNA DO REINO
No 14º ano do seu reinado, o rei Ezequias caiu gravemente doente. Deus mandou-o avisar pelo profeta Isaías de que estava próximo o seu fim. Ezequias pediu a Deus que lhe prolongasse a vida. Comovido com esta súplica, Deus voltou atrás e mandou-lhe dizer por Isaías que lhe daria ainda quinze anos de vida. Para mostrar que era verdadeira a sua predição, Isaías fez retroceder a sombra do palácio em 10 graus no quadrante solar. O rei ficou curado mas cometeu o erro de receber uma embaixada do rei da Babilônia, então em guerra com Senaquerib, rei da Assíria.Deus mandou Isaías dizer ao rei: "Dias virão em que tudo o que teus pais juntaram até hoje se levará para a Babilônia e os teus descendentes ficarão cativos no palácio do rei da Babilônia".





JEREMIAS ASSISTE À RUÍNA DO REINO
Jeremias exerceu o ministério profético durante os últimos cinco reis de Judá, até o exílio da Babilônia. Inacessível ao temor repreendia o povo pelos seus pecados e anunciava a próxima ruína da cidade santa. Mas ninguém o ouvia, por isso Deus disse ao povo pela sua boca: "Já que não escutastes as minhas palavras, mandarei procurar todos os povos do norte e irei junto de meu servo Nabucodonosor, rei da Babilônia. Mandá-los-ei vir contra esta terra e contra os seus habitantes! Toda esta terra ficará deserta e os seus habitantes ficarão sujeitos ao rei da Babilônia durante 70 anos”. Pela primeira vez, no tempo do rei Joaquim, Nabucodonosor, rei da Babilônia, foi à frente de um numeroso exército cercar Jerusalém e apoderou-se da cidade (606 a.C.). Levou o rei cativo para a Babilônia com grande número de vassalos. Foi o princípio dos 70 anos do cativeiro da Babilônia (606-536 a.C.). Algum tempo depois, Joaquim conseguiu regressar ao seu reino, mas, três anos mais tarde, revoltou-se contra o rei da Babilônia. Então Nabucodonosor voltou a cercar Jerusalém e Joaquim morreu durante o cêrco. Jeconias, seu filho e sucessor, foi obrigado a render-se ao fim de três meses e foi deportado para a Babilônia com 10 mil vassalos (598 a.C.). Por sua vez, Sedecias tornou-se rei de Judá, mas desertou. O rei da Babilônia correu sobre Jerusalém, destruiu a cidade e o templo, e deportou o resto da população e o rei para a Babilônia. Deixou apenas o povo humilde dos campos, vinhateiros e lavradores. Assim acabou o reino de Judá (588 a.C.).





JEREMIAS ANUNCIA A VINDA DO MESSIAS
O profeta Jeremias ficou na sua terra. Foi sobre as ruínas da cidade santa que fez ouvir as suas Lamentações. O Senhor revelara-lhe, porém, que 70 anos depois o povo regressaria. E no longínquo futuro ele via o Redentor e anunciava-o nestes termos: "Eis que vêm os dias em que suscitarei a Davi um germe justo. Será rei e reinará. Será sábio e praticará a eqüidade e a justiça na terra. Eis o seu nome: O Senhor, nosso Justo!" (Jr. 23,5-6).





O Cativeiro da Babilônia
O PROFETA EZEQUIEL
O Senhor levou Ezequiel ao meio de um campo cheio de ossos e disse-lhe: "Dize aos ossos secos que voltem à vida". Ezequiel assim fez. Ouviu-se um ruído, os ossos aproximaram-se um dos outros, pondo-se cada um na sua juntura e revestiram-se de músculos e de carne. Mas faltava-lhes o espírito da vida. Então o Senhor disse: "Dize ao espírito: 'vem, ó espírito de vida, sopra sobre estes mortos para que eles revivam'". Ezequiel assim fez e o espírito de vida animou os ossos e levantou-se um exército inumerável. O Senhor disse: "Estes ossos são a casa de Israel. Eles dizem: 'secaram os nossos ossos, pereceu a nossa esperança, estamos perdidos! '. Mas eu declaro: abrirei os vossos túmulos e vos reconduzirei à terra de Israel. Infundirei em vós o meu espírito e vós vivereis; e então sabereis que eu sou o Senhor!" (Ez 37,1. 14). O regresso de Israel à vida nacional prefigurava a futura ressurreição dos mortos.





DANIEL RECUSA-SE A TRANSGREDIR A LEI
Daniel e seus companheiros Ananias, Mizael e Azarias eram do grupo dos jovens da linhagem de príncipes que o rei da Babilônia queria aproveitar para o seu serviço. Mandou ensinar-lhes a escrita e a língua dos caldeus e quis que lhes servissem iguarias da sua mesa e vinho que ele próprio bebia. Como não queria ofender a Deus, comendo alimentos proibidos, Daniel pediu ao mordomo que lhe desse de outros, assim como aos seus três amigos. O mordomo disse-lhe: "Tenho medo do rei, meu amo. Se ele vos vê mais magros que os outros jovens da vossa idade, isso custar-me-á a vida". Daniel respondeu: "Fazei uma experiência: durante dez dias dai-nos somente legumes como comida e água como bebida e depois vereis quem tem melhor aspecto: nós ou os outros jovens, e procedereis como entenderdes”. O mordomo consentiu na experiência. Passados os dez dias, os quatro jovens tinham melhor aspecto que os outros. Por isso, continuou a dar-lhes somente legumes e água. Deus deu-lhe ainda mais inteligência e sabedoria. Ao fim dos três anos, foram à presença do rei e ele achou-os mais sábios e entendidos que os outros e admitiu-os ao seu serviço.




DANIEL INTERPRETA UM SONHO
Nabucodonosor estava em seu segundo ano de reinado quando teve um sonho. Mas, ao acordar, foi-lhe impossível reconstituir a visão. Convocou os magos e adivinhos para lhe dizerem que sonho era e qual a sua explicação. Os adivinhos disseram-lhe: "Não há homem no mundo que possa dizer qual foi o sonho do rei". Muito irritado, o rei condenou-os à morte. Daniel e seus companheiros recorreram à oração. E, de noite, Deus deu-lhe a conhecer a visão misteriosa. Daniel disse ao rei: "Só Deus que está nos céus revela os segredos. Ele mostrou-vos o que vai acontecer. No vosso sonho, ó rei, vistes uma grande estátua que tinha a cabeça de ouro, o peito e os braços de prata, o ventre e as coxas de cobre, as pernas de ferro e os pés metade de ferro e metade de barro. De repente, uma pedra se desprendeu do monte e foi bater nos pés da estátua. E, enquanto esta ficava reduzida a pó, a pedra transformava-se num grande monte que encheu toda a terra. Eis a explicação do vosso sonho: vós sois o rei dos reis. O Deus do céu deu-vos o império universal - a cabeça de ouro sois vós. Depois de vós, levantar-se-á outro reino, menor que o vosso - que será de prata - e um terceiro - que será de cobre - e mandará em toda a terra. O quarto reino será como ferro: assim como o ferro quebra todas as coisas, assim ele esmagará todos os outros. Mas, ao mesmo tempo, será fraco, pois vistes os pés metade de ferro e metade de barro. Enfim, o próprio Deus suscitará um reino que dominará todos os outros e que subsistirá eternamente". Então o rei disse: "O teu Deus é verdadeiramente o Deus supremo: é Ele quem revela os mistérios". E elevou Daniel às maiores honras e deu-lhe magníficos presentes.





DEUS PROTEGE OS TRÊS AMIGOS DE DANIEL
Nabucodonosor mandou erigir uma estátua de ouro, com 66 côvados de altura e ordenou que todos a adorassem. Todos se prostraram, exceto Ananias, Mizael e Azarias. Disse-lhes o rei: "Se não prostrares, sereis lançados numa fornalha ardente!". Eles responderam: "O nosso Deus pode tirar-nos da fornalha e, mesmo que não o faça, ficai sabendo, ó rei, que nunca adoraremos a vossa estátua!". Então o rei ordenou que aquecessem a fornalha sete vezes mais que de costume e que lançassem nela os jovens hebreus, vestidos e amarrados. Mas um anjo desceu à fornalha para proteger os jovens. E eles passeavam por entre as chamas, cantando louvores ao Senhor. Ao ver isto, o rei ficou admirado e disse: "Não lançamos na fornalha três homens amarrados? Mas eu vejo quatro homens soltos passeando no meio das chamas e o quarto parece um anjo". Aproximou-se então da fornalha e gritou: "Saí, servos do Deus excelso!". E eles saíram com as vestes intactas e nem um só fio de cabelo se tinha queimado. Nabucodonosor exclamou: "Bendito seja o Deus deles, que enviou o seu anjo e livrou os seus servos! Quem blasfemar este Deus seja punido de morte porque não há outro que possa salvar assim”. Então o rei cumulou de honras Daniel e os seus companheiros e mandou publicar este prodígio em todo o reino.





DEUS PROTEGE DANIEL NA COVA DOS LEÕES
Dario, rei da Babilônia, mandou publicar este edito: "Durante 30 dias é proibido rezar, seja a quem for, exceto ao rei. Quem não obedecer será lançado na cova dos leões”. Daniel continuou a orar, como de costume, e os seus inimigos o denunciaram ao rei que, apesar de gostar de Daniel, teve de ceder. Daniel foi lançado na cova dos leões. De madrugada, o rei foi à cova dos leões e gritou: "Daniel, servo do Deus vivo, o teu Deus livrou-te dos leões?". Daniel respondeu: "Ó rei, vivei eternamente! O meu Deus enviou o seu anjo que fechou as bocas dos leões para que não me fizessem mal”. Muito contente, o rei mandou retirar Daniel da cova dos leões e não se encontrou nele a mais pequena ferida porque confiara em Deus. Então, por ordem do rei, foram lançados na cova os denunciantes com suas mulheres e filhos. E ainda não tinham atingido o fundo do pavimento quando os leões se lançaram contra eles e os despedaçaram. Então o rei mandou que todos os povos do reino soubessem: "Respeite-se em todo o meu império o Deus de Israel porque ele é o Deus vivo, o Deus que subsistirá por todos os séculos e o seu reino jamais será destruído".





DANIEL PREDIZ A VINDA DO MESSIAS
O arcanjo Gabriel, protetor do povo escolhido, disse a Daniel da parte de Deus: "Presta atenção ao que vou te dizer: setenta semanas foram decretadas sobre o teu povo e sobre a cidade santa. Desde a publicação do decreto para se reconstruir Jerusalém até ao Rei Messias haverá sete semanas e 62 semanas (de anos). E passadas as 62 semanas, o Messias será morto e não será seu povo quem o negar. A cidade e o santuário serão destruídos pelo capitão de um povo que há de vir e o seu fim será a ruína total. Após o fim da guerra, virá a desolação decretada". Após o Exílio da Babilônia






REGRESSO DO CATIVEIRO
No primeiro ano do seu reinado, Ciro, rei dos Persas, publicou um edito que permitia aos exilados regressar à Judéia. Então 42 mil judeus puseram-se a caminho, conduzidos por Zorobabel e pelo sumo-sacerdote Josué. Ciro restitui-lhes também os vasos de ouro e prata que Nabucodonosor tirara do templo. Voltando a Jerusalém, reconstruíram no seu antigo lugar o altar dos holocaustos e começaram a oferecer, de manhã e à noite, os sacrifícios prescritos pela Lei. Depois lançaram os fundamentos do novo templo. Para manter o zelo do povo, Deus enviou os profetas Ageu e Zacarias. Cerca de vinte anos depois, estava terminada a reconstrução do edifício e celebrou-se a cerimônia de dedicação com o maior regozijo de todo o povo. Algum tempo depois, o sacerdote Esdras reconduziu uma segunda leva de exilados. Mais tarde, Neemias, copeiro de rei dos persas, também obteve autorização para voltar, com a missão de reerguer os muros de Jerusalém. Foi nesta época, sob o governo de Neemias, que apareceu Malaquias, o último dos profetas.





A JUDÉIA SOB O DOMÍNIO DA SÍRIA
A Judéia passou para o domínio de Alexandre Magno ao mesmo tempo em que o império persa, do qual era dependente. Depois da morte de Alexandre (323 a.C.), pertenceu sucessivamente aos reis do Egito e da Síria. Governados por sumos-sacerdotes, sob a suserania de soberanos estrangeiros, os judeus gozaram da maior liberdade religiosa sob os reis egípcios. Porém, não aconteceu o mesmo depois que Seleuco IV, rei da Síria, se apoderou da Palestina. Este ordenou ao seu ministro Heliodoro que fosse a Jerusalém roubar o tesouro do templo. Mas Deus evitou o sacrilégio milagrosamente. Sobre um cavalo magnificamente ajaezado, apareceu um cavaleiro que encheu de terror os companheiros do sacrílego. Heliodoro foi calcado pelas patas do cavalo e, ao mesmo tempo, apareceram dois jovens, de radiante beleza, que cercaram Heliodoro e começaram a açoitá-lo. Heliodoro ficou sem poder se mexer e foi preciso levá-lo para fora do templo. No tempo de Antíoco IV, sucessor de Seleuco, estalou-se uma violenta perseguição. Então grande número de judeus abandonaram a sua religião. Mas também houve exemplos de heróica fidelidade à lei de Deus.





O MARTÍRIO DO ANCIÃO ELEAZAR
Eleazar era um velho de 90 anos e um dos mais considerados doutores da Lei. Quiseram obrigá-lo a comer carne de porco. Alguns amigos ofereciam-se para lhe trazer secretamente as carnes permitidas, suplicando-lhe que fingisse comer a carne de porco. Por este modo, desejavam salvar-lhe a vida. O velho respondeu: "Tal representação não é própria da minha idade. Muitos jovens poderiam pensar que Eleazar, aos 90 anos, adotara os costumes pagãos e assim se deixariam seduzir; e eu atrairia sobre a minha velhice a vergonha e a maldição. Ainda que me livrasse agora dos suplícios dos homens, não escaparia do castigo de Deus. Prefiro perder a vida e deixar aos jovens um exemplo de fortaleza”. Arrastaram-no logo ao suplício e ele morreu, animosamente, pela sua fé.





O MARTÍRIO DE UMA MÃE COM SEUS SETE FILHOS
Antíoco também mandou prender uma mãe e seus sete filhos e queria obrigá-los a comer carne de porco. O mais velho dos irmãos disse: "Preferimos morrer do que transgredir a lei de Deus". Enfurecido, o rei mandou-lhe cortar a língua, arrancar a pele da cabeça, cortar as mãos e os pés, e lançá-lo vivo numa frigideira. Durante esse horrível suplício, os outros irmãos exortavam-se a morrer corajosamente. Então os carrascos tomaram o segundo e, depois de lhe arrancarem a pele da cabeça, perguntaram-lhe se não preferia comer a carne. Ele respondeu: "Não farei isso!". Quando estava prestes a morrer, disse ainda: "Carrasco, podes arrancar-nos a vida presente, mas no dia da Ressurreição, o Rei do mundo nos despertará para a vida eterna”. O terceiro estendeu corajosamente as mãos e disse: "Recebi-as do céu e tenho a firme esperança de que Deus as irá restabelecer-me um dia". O rei não pôde deixar de admirar o valor deste jovem que não temia tão grandes tormentos. Os três irmãos seguintes mostraram a mesma constância. Quando chegou a vez do mais novo, Antíoco prometeu fazê-lo rico e feliz se ele abandonasse a lei de seus pais. Como o jovem não se deixasse persuadir, o rei chamou a mãe, para a convencer de salvar-lhe a vida. A mãe disse-lhe: "Meu filho, suplico-te que não temas o algoz. Se morres, encontrar-te-ei com teus irmãos na vida eterna!". Enquanto a mãe assim falava, a criança dizia aos algozes: "O que esperais? Eu não obedeço à ordem do rei, mas à lei de Deus. E tu, ó rei, não escaparás ao castigo de Deus todo-poderoso". Louco de cólera, o rei o mandou torturar ainda mais cruelmente que os demais irmãos. Por fim, juntou-se na morte a mãe com os filhos.





A Judéia no Tempo dos Macabeus (167-63 a.C.).
MATATIAS DEFENDE A RELIGIÃO
Vivia na cidade de Modin um sacerdote chamado Matatias. Foi se encontrar com ele um enviado do rei para obrigar os judeus à apostasia. Matatias e seus cinco filhos permaneceram constantes. Vendo um judeu aproximar-se do altar para sacrificar aos ídolos, Matatias avançou contra ele e o matou. Fez o mesmo com o enviado de Antíoco. Depois percorreu a cidade gritando em alta voz: "Quem tiver o zelo da lei, siga-me". E fugiu para os montes com seus filhos. Sob o seu comando, os judeus que permaneceram fiéis derrotaram as tropas do rei. Em seguida, percorreram o país e destruíram todos os altares erguidos aos ídolos. Sentindo a morte aproximar-se, Matatias disse a seus filhos: "Meus filhos, sede zeladores da Lei e dai o sangue pela aliança de vossos pais. Os que têm esperança em Deus, nunca desfalecem. Judas, vosso irmão, é valente: seja ele o vosso chefe". Depois abençoou-os e morreu. Toda Israel chorou amargamente.





JUDAS MACABEU DERROTA OS SÍRIOS
Depois de Matatias, assumiu o comando seu filho Judas, chamado Macabeu, cuja valentia lhe conquistou grande fama. Antíoco, rei da Síria, enviou contra ele um grande exército. Judas disse à sua gente: "Não temais! O próprio Deus os esmagará à nossa vista". Cheio de fé, lançou-se sobre os inimigos e derrotou-os. Em seguida, conduziu o seu exército ao monte Sião. Desalojou os sírios da fortaleza, que ainda ocupavam, e restabeleceu no templo o culto do Senhor. Também mandou fortificar a montanha de Sião com altas muralhas e fortes torres.





JUDAS MANDA OFERECER SACRIFÍCIOS PELOS MORTOS
Depois de ganhar a batalha contra os sírios, encontraram-se sob as túnicas dos soldados judeus mortos em combate, vários objetos oferecidos aos ídolos, que a Lei proibia. Judas pediu ao Senhor que lhes perdoasse este pecado. Depois mandou fazer uma coleta que rendeu 12 mil dracmas de prata, que foi mandada para Jerusalém a fim de se oferecer um sacrifício de expiação pelos mortos. É, pois, um santo e salutar pensamento orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados. Judas morreu como herói na batalha contra os sírios. Seus irmãos sepultaram-no em Modin e todo o povo de Israel o chorou e vestiu luto por ele durante muito tempo.





A JUDÉIA É REDUZIDA A PROVÍNCIA ROMANA
Depois da morte de Judas, passou o comando a seu irmão Jônatas e, na morte deste, ao seu outro irmão, Simão. Este conseguiu libertar completamente a sua pátria do domínio dos sírios. Tornou-se independente e mandou cunhar moeda sua. A Judéia esteve em paz durante a sua vida e ainda no reinado de seu filho e sucessor, João Hircano. Depois deste, começou a decadência. No ano 63 a.C., entrou na Judéia o general romano Pompeu, que se apoderou de Jerusalém. Um estrangeiro chamado Herodes, filho do idumeu Antípatro, obteve de Roma o título e a dignidade real (40 a.C.). Mandou reconstruir, em grandiosas proporções, o templo de Zorobabel. Foi neste terceiro templo que apareceu o Messias, nosso Senhor Jesus Cristo.





Nascimento de Jesus (6 a.C.)
A SAUDAÇÃO DO ANJO GABRIEL À VIRGEM MARIA
Naquele tempo, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a Nazaré, a uma virgem chamada Maria, desposada com um homem que se chamava José. Entrando em sua casa, o anjo disse-lhe: "Ave Maria, cheia de graça; o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres”. Ouvindo estas palavras, Maria ficou atemorizada e perguntava a si mesma o que queria dizer esta saudação. O anjo disse-lhe: "Não temais, Maria, pois achastes graça diante do Senhor. Eis que tereis um filho e lhe dareis o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo”. Maria disse ao anjo: "Como poderá ser isso se não conheço varão?". O anjo respondeu: "O Espírito Santo descerá sobre vós e te cobrirá com sua sombra. A Deus nada é impossível”. Então Maria disse: "Eis a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a vossa palavra!". E o anjo afastou-se dela.





MARIA VISITA SUA PRIMA ISABEL
Maria foi logo, apressadamente, a uma cidade de Judá onde habitava sua prima Isabel. Bastou Isabel receber a sua saudação para ficar cheia do Espírito Santo e exclamar em voz alta: "Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre! De onde me vem ser visitada pela Mãe do meu Senhor? Bem-aventurada sois vós por ter crido porque se cumprirão todas as coisas que vos foram ditas da parte do Senhor”. Maria ficou com Isabel cerca de três meses e depois voltou para sua casa.





JESUS NASCE EM BELÉM
Naquele tempo, apareceu um edito de César Augusto para que se recenseasse todo o império. Todos iam registrar-se, cada um em sua cidade. José, que era descendente de Davi, teve de ir para Belém, chamada a Cidade de Davi, para lá se registrar junto com Maria. Enquanto estavam nesta cidade, Maria teve o seu Filho primogênito. Embrulhou-o em paninhos e deitou-o numa manjedoura, pois não havia lugar para eles na hospedaria.





UM ANJO APARECE AOS PASTORES
Nos campos da vizinhança, andavam pastores a guardar os seus rebanhos. De repente, apareceu-lhes um anjo do Senhor e eles tiveram muito medo. Mas o anjo disse-lhes: "Não temais! Eu vos anuncio uma grande alegria: hoje, na cidade de Davi, nasceu o Salvador, Cristo nosso Senhor. Eis o sinal pelo qual o reconhecereis: achareis um menino envolto em paninhos e reclinado num presépio”. No mesmo instante, juntou-se ao anjo uma multidão de espíritos celestes que cantavam louvores ao Senhor e diziam: "Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade".





OS PASTORES VÃOS AO PRESÉPIO·
Quando os anjos subiram ao céu, os pastores disseram uns aos outros: "Vamos a Belém para ver o que lá se sucedeu". Foram apressadamente e encontraram Maria, José e o Menino deitado no presépio. Contemplaram-no e contaram o que lhes tinha sido dito sobre este Menino. Depois voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto.





A Infância de Jesus
A APRESENTAÇÃO DO MENINO JESUS NO TEMPLO
Quarenta dias após o nascimento do Menino, Maria e José levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor. Havia então em Jerusalém um velho, chamado Simeão, homem justo e temente a Deus, a quem o Espírito Santo tinha revelado que não morreria antes de ter visto o Salvador. Levado por inspiração divina, Simeão foi ao templo. Recebeu o Menino Jesus nos seus braços e louvou a Deus, dizendo: "Agora posso morrer em paz porque os meus olhos viram o Senhor”. Também havia em Jerusalém uma piedosa viúva de 84 anos, chamada Ana. Servia a Deus, noite e dia, em jejuns e orações. Apareceu também nessa ocasião e pôs-se a louvar ao Senhor.





OS MAGOS ADORAM O MENINO JESUS
Depois do nascimento de Jesus em Belém, vieram uns magos do Oriente a Jerusalém e perguntaram: "Onde está o Rei dos judeus que nasceu há pouco? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”. Ouvindo isto, o rei Herodes perturbou-se. Perguntou aos doutores da Lei onde devia nascer o Messias. Disseram-lhe: "Em Belém de Judá". Então Herodes mandou os magos a Belém e disse-lhes: "Quando encontrardes o Menino venham me dizer para que também eu vá adorá-lo”. Os magos partiram. A estrela ia sempre à frente deles até parar sobre a casa onde estava o Menino. Os magos entraram e encontraram o Menino com Maria, sua Mãe. Prostraram-se logo para o adorar e ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso e mirra. De noite, Deus avisou-os de que não voltassem a Herodes. Por isso, retornaram para sua terra por outro caminho.





A FAMÍLIA DE JESUS FOGE PARA O EGITO
Quando os magos partiram, um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: "Levanta-te, toma o Menino e sua Mãe e foge para o Egito porque Herodes procura o Menino para o matar". José levantou-se e nessa mesma noite partiu para o Egito com o Menino e sua Mãe. Vendo que os magos não haviam retornado, Herodes ficou muito irritado e mandou matar todos os meninos de Belém e arredores, da idade de dois anos para baixo. Depois da morte de Herodes, o anjo do Senhor apareceu a José e disse-lhe: "Levanta-te, toma o Menino e sua Mãe e volta para a terra de Israel". José levantou-se, pôs-se a caminho para a terra de Israel e foi residir em Nazaré. Nesta cidade, Jesus foi crescendo, cheio de sabedoria e a graça de Deus estava com ele.





O MENINO JESUS FICA NO TEMPLO
Todos os anos os pais de Jesus iam a Jerusalém por ocasião da festa da Páscoa. Quando Jesus chegou à idade de doze anos, foi também com eles. Depois da solenidade, Maria e José regressaram, mas o Menino ficou em Jerusalém sem que os pais percebessem. Julgando que ele estava em outro grupo, andaram um dia de caminho. Depois, procuraram-no entre os parentes e conhecidos. Não o tendo encontrado, voltaram a Jerusalém, em busca dele. Foram ao templo e lá o encontraram, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. Todos estavam admirados com a sua sabedoria e as suas respostas. A Mãe disse-lhe: "Meu filho, por que fizeste assim? Teu pai e eu estávamos aflitos procurando-te". Jesus respondeu: "Por que me procuráveis? Não sabíeis que estava na casa de meu Pai?”. Jesus voltou a Nazaré com seus pais. Prestava-lhes obediência e crescia em sabedoria, em idade e em graça, diante de Deus e dos homens.






A Vida Pública de Jesus (30 d.C.)
JOÃO BATISTA ANUNCIA O SALVADOR
Naquele tempo, o Senhor falou a João, filho de Zacarias, no deserto. João vestia peles de camelo, usava uma cinta de couro em torno dos rins e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. Percorreu toda a região do Jordão, a pregar o batismo de penitência para a remissão dos pecados, dizendo: "Fazei penitência porque o reino dos céus está próximo!". Acorria gente de Jerusalém e de toda a Judéia, e todos eram batizados por ele no Jordão, confessando os seus pecados. Muitos perguntavam se João não seria o Cristo, mas ele disse a todos: "Eu vos batizo com água, para penitência. Mas virá alguém mais forte do que eu, de quem eu não sou digno de desamarrar as correias das sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo".





JESUS É BATIZADO POR JOÃO
Aos trinta anos de idade, Jesus foi de Nazaré da Galiléia para as margens do rio Jordão, para receber o batismo de João. Tendo sido batizado pelo precursor, Jesus saiu da água e pôs-se em oração. E eis que os céus se abriram e o Espírito de Deus desceu visivelmente sobre ele, em forma de pombo. Então ouviu-se uma voz do céu que dizia: "Este é o meu Filho amado no qual pus a minha complacência".





JESUS É TENTADO POR SATANÁS
Depois, Jesus foi conduzido ao deserto pelo Espírito Santo, para ser tentado pelo demônio. E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, teve fome. Então Satanás se aproximou e disse-lhe: "Se és o Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães". Jesus respondeu: "Está escrito: 'nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus'“. Então o demônio transportou-o à Cidade Santa e, pondo-o sobre o pináculo do templo, disse-lhe: "Se és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo, pois está escrito: 'confiou aos seus anjos o cuidado de ti e eles te tomarão as mãos para que não tropeces o teu pé em alguma pedra'". Jesus disse-lhe: "Também está escrito: 'não tentarás o Senhor teu Deus'“. Novamente o demônio o transportou, desta vez para um monte muito alto e, mostrando-lhe todos os reinos do mundo com a sua magnificência, disse-lhe: "Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares". Então Jesus disse-lhe: "Sai, Satanás, porque está escrito: 'somente ao Senhor adorarás e somente a ele servirás'". Finalmente o demônio se retirou e logo os anjos se aproximaram de Jesus para servi-lo.





Os Apóstolos de Jesus
JESUS CHAMA OS SEUS PRIMEIROS DISCÍPULOS
Naquele tempo, João viu Jesus aproximar-se dele e disse: "Eis o Cordeiro de Deus, eis o que tira o pecado do mundo! Vi o Espírito descer do céu em forma de pomba e repousar sobre Ele. Eu não o conhecia, mas o que me mandou batizar em água disse-me: 'Aquele sobre quem vires descer e repousar o Espírito é o que batiza no Espírito Santo'. Eu o vi e dou testemunho de que ele é o Filho de Deus”. Dois discípulos de João ouviram-no dizer de Jesus: "eis o Cordeiro de Deus" e logo resolveram segui-lo. Jesus voltou-se para eles e perguntou: "O que vós buscais?". Eles disseram-lhe: "Mestre, onde moras?". Jesus respondeu: "Vinde e vede". Foram e ficaram com ele durante todo aquele dia. Esses dois discípulos chamavam-se André e João. André encontrou seu irmão Simão e disse-lhe: "Encontramos o Messias, que é o Cristo". E levou-o a Jesus. Jesus olhou para ele e disse: "Tu és Simão, filho de Jonas; hás de chamar-te Cefas" que quer dizer Pedro (isto é, rochedo). No dia seguinte, Jesus encontrou Filipe e disse-lhe: "Segue-me". Filipe encontrou Natanael e disse-lhe: "Encontramos aquele que foi anunciado por Moisés e pelos profetas: Jesus de Nazaré, filho de José". Natanael respondeu-lhe: "Acaso poderá sair coisa boa de Nazaré?". Filipe disse-lhe: "Venha ver". Jesus viu Natanael aproximar-se e disse a seu respeito: "Cá está um verdadeiro israelita que não engana ninguém". Natanael perguntou-lhe: "De onde me conheces?". Jesus respondeu: "Antes de Filipe te chamar, eu já tinha te visto debaixo da figueira". Natanael disse-lhe: "Mestre, vós sois o Filho de Deus! Vós sois o Rei de Israel!".





JESUS MANIFESTA SEU PODER EM CANÁ
Estava Jesus, com seus discípulos, a assistir a umas bodas em Caná da Galiléia. Faltando o vinho, Maria aproximou-se dele e disse-lhe: "Eles não têm mais vinho". Jesus respondeu: "Por que vos incomodais com isso? Ainda não chegou a minha hora". Então sua Mãe disse aos que serviam: "Fazei tudo o que Ele vos mandar”. Ora, havia ali seis cântaros de pedra destinados às purificações dos judeus, cada um dos quais levava duas ou três medidas. Jesus disse: "Enchei esses cântaros de água". Encheram até o topo. Então Jesus disse-lhes: "Tirai o vinho e levai-o ao chefe da mesa". E assim fizeram. Quando o chefe provou a água mudada em vinho, sem saber de onde viera, embora os serventes o soubessem, dirigiu-se ao esposo e disse-lhe: "Todos costumam dar primeiro o vinho bom e, após os convidados já terem bebido bastante, servem o pior. Mas tu guardaste até agora o melhor vinho”. Este foi o primeiro milagre de Jesus em Caná da Galiléia. Foi assim que ele manifestou a sua glória e os seus discípulos creram nele.





OS DISCÍPULOS SEGUEM A JESUS
Jesus estava à beira do lago de Genesaré, entrou no barco de Simão Pedro e começou a ensinar a multidão. Quando acabou de falar, disse a Simão: "Entre mar adentro e joga as redes para pescar". Simão respondeu: "Mestre, trabalhamos a noite toda e não apanhamos nada. Mas em atenção à tua palavra, vamos lançar as redes". Assim fizeram e apanharam tanto peixe que a rede quase arrebentou. Acenaram aos companheiros que estavam na outra barca, para que viessem ajudá-los. Eles vieram e as duas barcas ficaram tão cheias de peixes que por pouco não afundaram. Vendo isto, Simão Pedro lançou-se aos pés de Jesus e disse: "Senhor, afastai-vos de mim, que sou um homem pecador". Jesus disse-lhe: "Não temais. De agora em diante serás pescador de homens”. Levaram as barcas para terra e deixaram tudo para seguir a Jesus.





JESUS ESCOLHE OS 12 APÓSTOLOS
Naquele tempo, Jesus retirou-se para um monte e passou toda a noite em oração. Quando raiou o dia, chamou os discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais chamou apóstolos. Eram: Simão (também chamado Pedro) e seu irmão André; Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João; Filipe e Bartolomeu; Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e seu irmão Judas Tadeu; Simão, chamado Zelota e Judas Iscariotes, que foi o traidor. Mais tarde escolheu 72 discípulos. Sem os igualar aos apóstolos, mandou-os também a pregar o Evangelho.





JESUS PROMETE O PRIMADO A PEDRO
Andando Jesus pelo território de Cesaréia de Filipe, perguntou aos seus discípulos: "Quem os homens dizem que eu sou?". Eles responderam: "Uns dizem que sois João Batista, outros Elias, outros Jeremias ou algum dos profetas". Então Jesus disse-lhes: "E vós, quem dizeis que eu sou?". Simão Pedro respondeu: "Vós sois o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Jesus disse-lhe: "Bem-aventurado és, Simão, filho de Jonas, porque não foi à carne e o sangue que te revelou isso, mas meu Pai que está nos céus. E eu digo-te: tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do reino dos céus: tudo o que ligares sobre a terra, será ligado também nos céus; tudo o que desligares sobre a terra, será desligado também nos céus”. Jesus, Nosso Divino Mestre.





A TRANSFIGURAÇÃO
Um dia, Jesus foi com três dos seus apóstolos, Pedro, Tiago e João, a um monte alto e transfigurou-se diante deles. A sua face resplandeceu como o sol e as suas vestes alvejaram como a neve. Ao mesmo tempo apareceram Moisés e Elias falando com ele. Tomando a palavra, Pedro disse a Jesus: "Senhor, é bom estarmos aqui. Se quiserdes, armaremos aqui três barracas, uma para vós, outra para Moisés e outra para Elias”. Mas, de repente, uma nuvem luminosa os envolveu e do meio da nuvem ouviu-se uma voz: "Este é o meu filho dileto em quem pus toda a minha complacência. Escutai-o".Ouvindo estas palavras, os discípulos caíram por terra e ficaram com muito medo. Porém, Jesus se aproximou deles e os tocou, dizendo: "Levantai-vos e não temais". Então ergueram os olhos e não viram mais ninguém a não ser Jesus.





AS BEM-AVENTURANÇAS
De toda a parte acorriam multidões para ouvir as palavras de Jesus. Certa vez, Jesus subiu a um monte, sentou-se e começou a ensinar, dizendo: “Bem-aventurados os pobres de espírito porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados os mansos porque possuirão a terra. Bem aventurados os que choram porque serão consolados. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os puros de coração porque verão a Deus. Bem-aventurados os pacíficos porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça porque deles é o reino dos céus. Alegrai-vos e exultai porque grande é a vossa recompensa nos céus".





A LEI DO AMOR
Certo dia, um doutor da Lei perguntou a Jesus: "Mestre, qual o maior mandamento da Lei?”. Jesus disse-lhe: "Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças. Este é o maior e o primeiro dos mandamentos. O segundo é semelhante a este: amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Jesus também disse: "Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos perseguem e caluniam. Assim sereis filhos do vosso Pai que está nos céus e que faz nascer o sol para os bons e os maus, além de enviar a sua chuva aos justos e aos pecadores".





A ORAÇÃO DO SENHOR
Certo dia que Jesus voltava de orar num lugar solitário, disseram-lhe os discípulos: "Senhor, ensinai-nos a orar". Então Jesus disse: "Quando orardes, dizei assim: Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém”. Depois Jesus disse: "Pedi e recebereis; procurai e achareis; batei e abrir-se-vos-á! Se porventura algum de vós pedir pão a seu pai dar-lhe-á ele uma pedra? Ou se lhe pedir um peixe dar-lhe-á ele uma serpente? Ou se lhe pedir um ovo dar-lhe-á ele um escorpião? Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai celestial dará espírito bom aos que lhe pedirem? Digo-vos ainda que, se dois de vós se unirem na terra e pedir qualquer coisa, esta lhe será concedida por meu Pai que está nos céus. Porque, onde estiverem dois ou três pessoas reunidas em meu nome, eu estarei no meio delas".







DEVEMOS ORAR COM HUMILDADE
Jesus também propôs esta parábola: "Entraram dois homens no templo para orar: um era fariseu e o outro era cobrador de impostos. O fariseu, em pé, gritava: 'Graças te dou, ó Deus, porque não sou como os outros homens: ladrões, ímpios, adúlteros, nem como este cobrador de impostos. Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de tudo o que possuo'. Porém, o cobrador de impostos, conservando-se a distância, não ousava sequer levantar os olhos para o céu, mas batia no peito dizendo: 'Tende piedade de mim, ó Deus, porque sou pecador'. Digo-vos que este voltou justificado para sua casa e não o outro porque quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado".





DEVEMOS PROCURAR OS BENS DO CÉU
Jesus ainda disse: "Não vos preocupeis demais com o vosso sustento. Vede as aves do céu: elas não semeiam, não colhem, nem juntam no celeiro; mas o vosso Pai celeste as sustentam. Acaso vós não valeis muito mais do que elas? Não vos inquieteis com o que haveis de vestir. Vede como crescem os lírios do campo: não trabalham, nem fiam; contudo eu vos digo: nem Salomão, em toda a sua magnificência, se vestiu como um deles. Não vos aflijais, dizendo: 'Que haveremos de comer ou de beber? Com que havemos de nos vestir? '. O vosso Pai do céu sabe que precisais de tudo isso. Mas, em primeiro lugar, buscai o reino de Deus e a sua justiça e tudo mais vos será dado por acréscimo".







JESUS ENSINA A PRATICAR BOAS OBRAS
Disse Jesus: "Nem todo aquele que me diz 'Senhor, Senhor! ' Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse entrará no reino dos céus. Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens com o fim de serdes vistos por eles; de outra sorte, não sereis remunerados pelo vosso Pai que está nos céus. Quando deres esmola, não façais tocar a trombeta diante de vós, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas para serem honrados pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Quando deres esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a direita para que a vossa esmola fique em segredo e o vosso Pai, que vê no segredo, vos pagará”. Certo dia, Jesus estava no templo em frente da caixa de esmolas e observava o povo que ali deixava dinheiro. Alguns ricos davam muito, mas chegou também uma pobre viúva que colocou duas moedinhas. Jesus chamou os discípulos e disse-lhes: "Em verdade vos digo: esta pobre viúva deu mais que todos os outros porque os outros deram o que tinham de sobra enquanto que ela deu, em sua pobreza, tudo o que tinha".





JESUS MANDA OBEDECER AS AUTORIDADES
Certa vez, os fariseus quiseram armar uma cilada para Jesus. Mandaram seus discípulos juntamente com os herodianos perguntarem-lhe: "Mestre, conhecemos a vossa retidão e sabemos que ensinais o caminho de Deus segundo a verdade, sem querer agradar ninguém, pois não fazeis distinção de pessoas. Dizei-nos, portanto: é lícito ou não pagar o tributo a César?”. Jesus, percebendo a malícia, respondeu: "Por que me tentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo".Eles mostraram-lhe o dinheiro e Jesus disse-lhes: "De quem é esta imagem e esta inscrição?". Responderam: "De César". Disse-lhes então Jesus: "Pois dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus".





A VIDA PRESENTE PREPARA A ETERNIDADE
Jesus disse: "Havia um homem rico, que se vestia de púrpura e de linho fino e que todos os dias preparava um banquete esplêndido. Havia também um mendigo chamado Lázaro que jazia à sua porta, coberto de chagas. Este desejava saciar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico, mas ninguém as dava. E os cães vinham lamber-lhe as feridas. Ora, certo dia o mendigo morreu e os anjos o levaram para o seio de Abraão. O rico também morreu e foi levado para o inferno. Enquanto estava sendo atormentado, levantou os olhos e viu Abraão ao longe e Lázaro no seu seio. Gritando, disse: 'Pai Abraão, tende piedade de mim e mandai Lázaro molhar a ponta do dedo na água para me refrescar a língua porque sofro terrivelmente nestas chamas'. Abraão respondeu-lhe: 'Filho, lembra-te que recebeste os bens em vida e Lázaro, ao contrário, os males. Por isso, agora ele é consolado e tu és atormentado'. Disse o rico: 'Pai, peço-vos ao menos que o mandeis a minha casa para que avise os meus irmãos para que também eles não venham para este lugar de tormentos'. Abraão respondeu: 'Eles têm Moisés e os profetas. Que os ouçam'. Ele, porém, insistiu: 'Não, pai Abraão! Se algum dos mortos for até eles, farão penitência'. Abraão disse: 'Se não ouvem Moisés e os profetas, tão pouco acreditariam ainda que algum dos mortos ressuscitasse'".






NO FIM, TODOS SERÃO JULGADOS
Jesus ainda disse: "No fim do mundo, Deus voltará com todos os anjos. Assentar-se-á no seu trono de glória e todas as nações se reunirão diante dele. Os bons estarão à direita e os maus à esquerda. Dirá então aos da direita: 'Vinde, benditos de meu Pai. Possuí o reino que vos está preparado desde a criação do mundo'. Depois dirá aos da esquerda: 'Afastai-vos de mim, malditos. Ide para o fogo eterno preparado para o demônio e seus anjos'. Estes irão para o suplício eterno e os justos para a vida eterna".





As Parábolas do Reino de Deus
A PARÁBOLA DO SEMEADOR
Naquele tempo, juntara-se em torno de Jesus enorme multidão que viera das cidades vizinhas. E Jesus contou-lhes esta parábola: "O semeador saiu para semear as suas sementes. E, enquanto semeava, uma parte caiu ao longo do caminho e foi calcada pelos pés e comida pelas aves dos céus. Outra parte caiu entre as pedras e, quando germinou, secou por falta de umidade. Outra parte caiu entre os espinhos e estes a sufocaram. Outra parte, enfim, caiu em boa terra e, depois de crescer, produziu frutos em todas as unidades. Quem tem ouvido para ouvir, ouça!".





EXPLICAÇÃO DA PARÁBOLA DO SEMEADOR
Os discípulos perguntaram a Jesus o que significava esta parábola e ele disse: "Eis a explicação da parábola: a semente é a Palavra de Deus. A que caiu ao longo do caminho, são aqueles que a ouvem, mas depois vem o demônio e tira-lhes a palavra do coração para que não se salvem crendo. A que cai entre as pedras são os que ouvem a palavra e a recebem com gosto, mas como não têm raízes, crêem por certo tempo e depois voltam atrás com a tentação. A que caiu entre os espinhos são aqueles que ouviram a palavra, mas depois de sufocados pelas riquezas e prazeres deste mundo, não dão fruto. Enfim, a que cai em terra boa são aqueles que recebem a palavra com boas disposições e produzem fruto pela perseverança".





A PARÁBOLA DO JOIO E DO TRIGO
Jesus disse: "O reino dos céus é semelhante ao homem que semeou boa semente em seu campo. Enquanto os empregados dormiam, seu inimigo veio, semeou joio no meio do trigo e foi embora. Quando o trigo cresceu e espigou, apareceu também o joio. Então os empregados procuraram seu senhor e disseram-lhe: 'Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? ' De onde veio o joio? '. Ele respondeu: 'Foi algum inimigo meu'. Os criados perguntaram: 'Quereis que nós o arranquemos? '. Ele respondeu-lhes: 'Não, pois se arrancardes o joio, arrancareis também o trigo. Deixai crescer tudo até a ceifa e então direi aos ceifadores: arrancai primeiro o joio, atai-o em feixes e queimem-no; colhei depois o trigo e guardai-o no celeiro'".





EXPLICAÇÃO DA PARÁBOLA DO JOIO E DO TRIGO
Os discípulos disseram-lhe: "Explicai-nos esta parábola". Jesus respondeu: "O que semeia a boa semente é o Filho do Homem. O campo é o mundo. A boa semente são os filhos do reino. O joio são os filhos da iniqüidade. O inimigo que o semeou é o demônio. O tempo da ceifa é o fim do mundo. Os ceifadores são os anjos. Assim como o joio é arrancado e queimado no fogo, assim também será no fim do mundo. O Filho do Homem enviará os seus anjos a arrancar do seu reino todos os que praticam o mal, para lançá-los na fornalha ardente, onde haverá choro e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o sol no reino de seu Pai".





A PARÁBOLA DO GRÃO DE MOSTARDA
Jesus disse ainda: "O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda, que um homem tomou e semeou no seu campo. É a menor de todas as sementes, mas depois de crescer, torna-se a maior de todas as leguminosas e faz-se árvore, de sorte que as aves do céu vêm abrigar-se nos seus ramos”. Os Milagres de Jesus





JESUS ACALMA UMA TEMPESTADE NO MAR
Certo dia, Jesus estava na margem do lago de Genesaré e entrou numa barca juntamente com seus discípulos. E eis que formou-se uma violente tempestade no mar e as ondas cobriram a barca. Mas Jesus estava dormindo. Então os discípulos se aproximaram dele e despertaram-no, dizendo: "Senhor, salvai-nos, pois afundaremos”. Jesus disse-lhes: "Por que tendes medo, homens de pouca fé?". Levantando-se, mandou o vento e o mar se acalmarem e no mesmo instante tudo ficou em bonança. Admirados, os discípulos diziam: "Quem é este a quem até o vento e o mar obedecem?".





JESUS MULTIPLICA OS PÃES
Num dia em que muita gente estava reunida à sua volta, Jesus disse aos discípulos: "Onde poderemos comprar comida para toda esta gente?". Um deles respondeu: "Temos aqui um menino que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas o que é isso para tamanha multidão?”. Jesus disse: "Dizei ao povo para que se sente". Todos se sentaram. Eram quase cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças. Então Jesus tomou os cinco pães, deu graças e mandou-os distribuir à multidão. Fez o mesmo com os peixes. E todos comeram o quanto quiseram. Estando todos saciados, Jesus disse aos discípulos: "Recolham o que sobrou, para nada seja desperdiçado". Eles juntaram tudo e encheram doze cestos.





JESUS CURA O SERVO DO CENTURIÃO
Certo dia, um centurião foi encontrar Jesus e disse-lhe: "Senhor, tenho em casa um criado com paralisia, que está com muitas dores”. Jesus disse-lhe: "Eu vou lá curá-lo". O centurião respondeu: "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa, mas dizei uma só palavra e meu servo ficará curado". Então Jesus disse: "Vai e faça-se como crês". Nessa mesma hora, o criado ficou curado.





JESUS CURA UM SURDO-MUDO
Certo dia levaram a Jesus um homem surdo-mudo e pediram a Jesus que lhe impusesse as mãos. Jesus colocou seus dedos nos ouvidos do surdo-mudo e também colocou saliva na língua dele. Depois, levantou os olhos ao céu e disse: "Abri-vos!". E logo o surdo-mudo ficou curado.





JESUS CURA UM LEPROSO
Certa vez, um leproso prostrou-se diante de Jesus e disse-lhe: "Senhor, se vós quiserdes, podeis curar-me". Jesus, estendendo a mão, tocou-o e disse: "Quero! Sê curado". E logo ficou curado da sua lepra. Jesus disse-lhe então: "Vai agora mostrar-te ao sacerdote e apresenta a oferta prescrita por Moisés".





JESUS CURA UM CEGO
Doutra vez, chegando Jesus perto de uma cidade, um cego esta sentado à beira do caminho, pedindo esmola. Disseram-lhe que Jesus ia passar por ali e ele começou a gritar: "Jesus, tende piedade de mim". Jesus perguntou-lhe: "O que queres que eu faça?". O cego respondeu: "Fazei que eu venha a enxergar". Jesus disse-lhe: "Vê! A tua fé te salvou!". Imediatamente o cego passou a ver e acompanhou Jesus, glorificando a Deus.





JESUS RESSUSCITA UM JOVEM
Jesus chegou a uma cidade chamada Naím, acompanhado pelos discípulos e uma grande multidão. Às portas da cidade, encontrou um morto que era levado para o cemitério. Era o filho único de uma pobre viúva. Muitas pessoas da cidade acompanhavam o enterro. Ao ver a mãe, Jesus comoveu-se e disse-lhe: "Não chores". Depois, aproximou-se e tocou no caixão. Os que o carregavam pararam. Jesus disse ao morto: "Jovem, eu te ordeno: levanta-te". O morto levantou-se e começou a falar e Jesus o entregou à sua mãe. À vista deste espetáculo, todos ficaram cheios de temor e glorificaram a Deus, dizendo: "Grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo".





JESUS RESSUSCITA LÁZARO
Um amigo de Jesus, chamado Lázaro, adoecera em Betânia. Suas irmãs, Marta e Maria, mandaram dizer a Jesus: "Senhor, aquele que amais está enfermo". Tendo recebido esta mensagem, Jesus ficou ainda dois dias no lugar onde estava. Depois, disse aos discípulos: "Nosso amigo Lázaro dorme, mas despertá-lo-ei do sono". Os discípulos disseram: "Senhor, se ele dorme, está salvo". Então Jesus disse-lhes claramente: "Lázaro morreu e eu, por amor a vós, alegro-me de não ter estado lá, para que acrediteis. Mas vamos encontrá-lo”. Quando Jesus chegou, Lázaro estava no túmulo há quatro dias. Marta saiu-lhe ao encontro e disse: "Senhor, se tivésseis estado aqui antes, meu irmão não teria morrido". Respondeu-lhe Jesus: "Teu irmão ressuscitará". Disse-lhe Marta: "Eu sei que ele ressuscitará no último dia". Disse-lhe Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. E todo o que vive e crê em mim, não morrerá eternamente. Crês nisto?". Ela respondeu: "Sim, Senhor. Eu creio que vós sois o Cristo, Filho do Deus Vivo que veio a este mundo”. Então Jesus se dirigiu ao sepulcro: era uma gruta que tinha uma pedra fechando-lhe a abertura. Jesus disse: "Tirai à pedra". Marta observou: "Senhor, já tem mau cheiro porque ele está aí há quatro dias". Jesus respondeu: "Se creres, verás brilhar a glória de Deus". Tiraram à pedra e Jesus bradou em alta voz: "Lázaro, sai daí". E, imediatamente, o que estivera morto saiu, com os pés e mãos amarrados por ataduras e com o rosto envolto num sudário. Jesus disse então: "Desatai-o e deixai-o ir”. Muitos judeus, testemunhas deste milagre, creram em Jesus. Jesus, o Bom Pastor.





JESUS É O BOM PASTOR
Naquele tempo, Jesus disse: "Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas. Eu conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas me conhecem e eu dou a vida pelas minhas ovelhas. Tenha também outras ovelhas que não são deste aprisco e importa que eu as traga; e elas ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor".





JESUS E A CONVERSÃO DOS PECADORES
Os fariseus murmuravam contra Jesus, dizendo: "Ele recebe os pecadores e come com eles". Então Jesus contou esta parábola: "Qual de vós, tendo cem ovelhas e perdendo uma, não deixa as noventa e nove no deserto para correr atrás daquela que se perdeu até encontrá-la? E quando a encontra, coloca-a com alegria sobre os ombros e, entrando em casa, reúne os amigos e vizinhos e diz-lhes: 'Alegrai-vos comigo porque encontrei a ovelhinha perdida'. Eu vos digo: assim também haverá alegria no céu por um só pecador que faça penitência".





PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO
Jesus disse: "Um homem tinha dois filhos e o mais novo disse ao pai: 'Pai, dai-me a parte dos bens que me pertence'. E o pai repartiu os bens entre eles. Passados alguns dias, o mais novo juntou tudo o que era seu e partiu para uma terra distante onde dissipou seus bens. Houve então grande fome nessa terra. E o rapaz, como já não tinha nada, colocou-se a serviço de um homem que o mandou para os campos tomar conta dos porcos. E ele queria saciar sua fome com a lavagem dos porcos, mas ninguém a dava. Caindo em si, disse: 'Retornarei para meu pai e direi: Pai pequei contra o céu e contra vós. Já não sou digno de ser chamado vosso filho. Tratai-me como um de vossos servos’. E pôs-se logo a caminho. Seu pai avistou-o ainda de longe e, cheio de compaixão, correu ao seu encontro para abraçar e beijar. Disse-lhe o filho: 'Pai, pequei contra o céu e contra vós. Já não sou digno de ser chamado vosso filho'. Mas o pai disse aos criados: 'Trazei depressa as vestes mais preciosas e dai-lhe; coloque-lhe um anel nos dedos e sandálias nos pés. Matai um cordeiro gordo para fazermos um banquete porque este meu filho estava morto e reviveu, andava perdido e foi encontrado".





JESUS AMA AS CRIANÇAS
Traziam também a Jesus as criancinhas para que lhes impusesse as mãos e orasse sobre elas. Os discípulos queriam afastá-las, mas Jesus disse: "Deixai vir a mim os pequeninos e não os afasteis porque o reino dos céus é deles e dos que se parecem com eles". E pegava nelas ao colo, impunha-lhes as mãos e abençoava-as. Um dia os discípulos perguntaram-lhe: "Mestre, quem será o maior no reino dos céus?". Jesus chamou uma criancinha e, colocando-a no meio deles, disse-lhes: "Em verdade vos digo: se vós não vos converterdes e não vos tornares como crianças, não entrareis no reino dos céus”. Os Últimos Dias de Jesus





JESUS ENTRA TRIUNFALMENTE EM JERUSALÉM
Naquele tempo, Jesus aproximou-se de Jerusalém e disse a dois dos seus discípulos: "Ide à aldeia que está a vossa frente e logo encontrareis uma jumenta e o seu jumentinho com ela. Desamarrai-os e me tragam. Se vos disserem alguma coisa, respondei que o Senhor precisa deles e logo os deixarão trazer”. Os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenou. Trouxeram a jumenta e o jumentinho, estenderam suas vestes sobre eles e montaram Jesus. Muita gente estendia no caminho suas vestes; outros cortavam ramos de árvores e punham sobre a estrada. E toda a multidão aclamava Jesus, dizendo: "Bendito o que vem em nome do Senhor".





JESUS CHORA SOBRE JERUSALÉM
À vista da cidade, Jesus chorou sobre ela e disse: "Ai! Se ao menos neste dia soubesses reconhecer aquele que seria a tua salvação! Dias virão em que os teus inimigos hão de te cercar por todos os lados, te destruirão completamente junto com os que se abrigam dentro de teus muros e não deixarão pedra sobre pedra porque não soubeste aproveitar o tempo da salvação”. No dia seguinte, mostrando o templo e suas construções aos discípulos, disse-lhes: "Vedes este grandioso edifício? Em verdade vos digo: não ficará pedra sobre pedra".





JESUS CELEBRA A ÚLTIMA PÁSCOA
Na véspera da sua paixão, à tarde, Jesus pôs-se à mesa com os discípulos para comer o cordeiro pascal. A certo momento levantou-se, colocou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com uma toalha. Chegando a vez de Simão Pedro, este disse-lhe: "Senhor, vós irás lavar os meus pés?". Jesus respondeu: "O que eu faço tu não o sabes agora, mas irás saber depois". Disse-lhe Pedro: "Não permitirei que o faças". Jesus respondeu: "Neste caso, não terás parte comigo". Disse-lhe Simão Pedro: "Senhor, se é assim, então não me laveis só os pés, mas também as mãos e a cabeça”. Tendo acabado de lavar os pés de todos os apóstolos, disse-lhes Jesus: "Compreendeis o que vos fiz? Dei-vos o exemplo para que o façais uns aos outros como eu vos fiz a vós".





JESUS INSTITUI A SANTA CEIA
Depois da refeição, Jesus tomou o pão, deu graças, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: "Tomai e comei. Isto é o meu Corpo que é dado por vós”. Da mesma forma, tomou o cálice, deu graças e o entregou aos discípulos, dizendo: "Tomai e bebei todos vós. Isto é o meu Sangue, o Sangue da nova e eterna aliança que será derramado por vós e por todos os homens para a remissão dos pecados. Fazei isto em minha memória”. Jesus cumpriu assim a promessa que fizera, quando disse: "Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. O pão que vos darei é a minha própria carne para a vida do mundo. A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue está em mim e eu nele".





JESUS DECLARA A TRAIÇÃO DE JUDAS
Durante a ceia, Jesus disse: "Em verdade vos digo: um de vós há de entregar-me". Os discípulos começaram a olhar uns para os outros, perguntando entre si qual deles faria tal coisa. João, o discípulo predileto, estava encostado sobre o lado de Jesus. Simão Pedro perguntou-lhe por sinais: "De quem ele fala?". João reclinou-se sobre o peito de Jesus e perguntou-lhe: "Senhor, quem será?". Jesus respondeu: "Será aquele a quem eu der um pedaço de pão molhado". E, molhando o pão, entregou-o a Judas Iscariotes. Este disse: "Por ventura serei hei, Mestre?". Jesus respondeu-lhe: "Tu o disseste! O que tiverdes que fazer, faça-o depressa”. Como Judá tinha uma bolsa, alguns julgaram que Jesus lhe dissera: "Compra o que for preciso para o dia da festa" ou "Dá algo aos pobres". Judas engoliu o pedaço de pão e Satanás tomou posse dele. Saiu imediatamente. Já era noite.





A Paixão de Jesus
JUDAS VENDE O SENHOR
O apóstolo Judas foi encontrar-se com os príncipes dos judeus e disse-lhes: "O que me dais se vos entregar Jesus". Ofereceram-lhe trinta moedas e ele aceitou.





JESUS NO JARDIM DAS OLIVEIRAS
Saindo do Cenáculo, Jesus atravessou a torrente do Cedron e dirigiu-se, com seus discípulos, para o monte das Oliveiras. Chegando a um lugar chamado Getsêmani, onde havia um jardim, entrou nele com os discípulos e disse-lhes: "Sentai-vos aqui enquanto eu vou orar”. Levou consigo Pedro, Tiago e João e disse-lhes: "A minha alma está triste até à morte. Ficai aqui e vigiai comigo". Depois, andou um pouco, pôs-se de joelhos e orou, dizendo: "Pai, se for possível, afasta de mim este cálice! Mas seja feita a vossa vontade e não a minha”. Depois de orar assim por três vezes, apareceu-lhe um anjo do céu para o consolar. Jesus, prolongando a sua oração, caiu em agonia e começou a suar sangue que escorria até o chão. Depois voltou para junto dos três apóstolos, que estavam dormindo. Jesus disse-lhes: "Vamos, levantai-vos! Já está perto aquele que me traiu".





A PRISÃO DE JESUS
Jesus ainda estava falando quando chegou Judas com um grupo de soldados e servos. Todos traziam lanternas e archotes, espadas e varapaus. O traidor tinha-lhes dito: "Será aquele que eu beijar. Prendei-o”. Judas aproximou-se logo de Jesus e disse: "Mestre, eu vos saúdo". E deu-lhe um beijo na face. Jesus disse-lhe: "Meu amigo, que vieste fazer? Judas é com um beijo que entregas o Filho do Homem?”. Então Jesus disse aos que acompanhavam Judas: "A quem procurais?". Eles responderam: "A Jesus de Nazaré". Jesus disse-lhes: "Sou eu". E logo caíram por terra. Jesus perguntou-lhe outra vez: "A quem procurais?". Eles repetiram: "A Jesus de Nazaré". Jesus respondeu: "Já vos disse que sou eu. Se é a mim que buscais, deixai que estes se vão". Então puseram as mãos em Jesus e o prenderam.





JESUS PROÍBE A RESISTÊNCIA
Vendo isto, os discípulos perguntaram: "Senhor, e se os feríssemos a espada?". Sem esperar a resposta, Simão puxou a espada, feriu Malco, servo do sumo-sacerdote, e cortou-lhe a orelha direita. Jesus disse: "Basta!". E, dirigindo-se a Pedro, disse: "Coloca a espada na bainha porque quem com o ferro mata, com o ferro será morto. Julgas que eu não poderia pedir a meu Pai e ele não me enviaria mais de doze legiões de anjos? Mas como se cumpririam as Escrituras, que anunciam que assim deve acontecer? Não hei de beber o cálice que o Pai me deu?". E, tocando a orelha de Malco, a curou. Depois Jesus disse aos príncipes dos sacerdotes, aos magistrados do templo e aos anciãos: "Viestes armados de espadas e varapaus para me prender, como se faz a um ladrão. Todos os dias eu estava sentado entre vós, ensinando no templo e não me prendestes. Mas é esta a vossa hora, a hora do poder das trevas. Tudo isto aconteceu para que se cumprissem as palavras dos profetas”. Então os discípulos o abandonaram e fugiram. Só Pedro e João o seguiram de longe.





O SINÉDRIO CONDENA JESUS À MORTE
Os soldados levaram Jesus preso ao palácio do sumo-sacerdote Caifás, onde estava reunido o Sinédrio. Os príncipes dos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam algum falso testemunho contra Jesus, para o entregarem à morte, mas nada encontravam, embora se apresentassem muitas falsas testemunhas. Por fim, apareceram duas que declararam: "Ouvimos dizer: 'Posso destruir o templo de Deus e reedificá-lo em três dias. Destruirei este templo, feito pela mão do homem e em três dias edificarei outro que não será feito pela mão do homem". Mas as testemunhas não eram concordes. Então o sumo-sacerdote levantou-se e, em pé, no meio do Sinédrio, disse a Jesus: "Nada respondes aos que depõem contra ti?". Mas Jesus permaneceu em silêncio e nada respondeu. Então o sumo-sacerdote disse: "Eu te conjuro pelo Deus vivo que nos digas se és o Cristo, o Filho do Deus Altíssimo". Jesus respondeu: "Sou eu". Então o sumo-sacerdote rasgou as vestes, dizendo: "Blasfemou! Que necessidade temos de mais testemunhas? Acabais de ouvir a blasfêmia! Que vos parece?". Responderam: "É réu de morte!".





PEDRO NEGA O SENHOR TRÊS VEZES
Simão Pedro, que tinha seguido Jesus de longe, entrou no átrio do palácio e sentou-se com outros perto de uma fogueira, a aquecer-se. Então a criada que abriu-lhe a porta aproximou-se dele e disse: "Tu também andavas com Jesus da Galiléia". Pedro negou diante de todos, dizendo: "Não era eu, mulher. Eu não o conheço, nem sei do que falas". No mesmo instante o galo cantou. Pouco depois, enquanto se dirigia para a porta, outra criada reparou ele e disse aos que o cercavam: "Este também estava com Jesus de Nazaré". Pedro protestou pela segunda vez, jurando: "Não! Eu não conheço esse homem!”. Passada quase uma hora, outro veio confirmar as suspeitas, afirmando: "Certamente este estava com ele, pois é Galileu!". Os assistentes se aproximaram e disseram-lhe: "Não há dúvidas! Também pertenceis a eles! Até se percebe pela fala!”. Um dos servos do sumo-sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha, disse-lhe: "Então eu não te vi com ele no jardim?". Ainda desta vez Pedro negou, protestou e jurou: "Não conheço esse homem de quem falais”. Ele ainda falava quando o galo cantou pela segunda vez. Nesse instante, Jesus virou-se e bateu o olhar em Pedro. Então o apóstolo lembrou-se da palavra que o Mestre lhe dissera: "Antes que o galo cante duas vezes, tu me negarás três vezes!". Pedro saiu do palácio e chorou amargamente.





JESUS É RIDICULARIZADO E MALTRATADO
Os criados que estavam guardando Jesus começaram a ridicularizá-lo e a maltratá-lo. Uns cuspiam-lhe no rosto e o feriam a punhaladas; outros vendavam-lhe os olhos e davam-lhe bofetadas, dizendo: "Profetiza agora, Cristo: quem te bateu?". E acrescentavam muitos outros ultrajes. Logo ao raiar do dia, os anciãos do povo, os príncipes dos sacerdotes e os doutores da Lei se reuniram e decidiram entregar Jesus à morte. Então Judas sentiu o remorso de o haver traído e foi devolver as trinta moedas de prata ao Sinédrio, dizendo: "Pequei ao entregar sangue inocente". Eles responderam: “E o que isso nos importa”?. Judas arremessou o dinheiro no templo e, retirando-se, enforcou-se numa árvore.





JESUS NA PRESENÇA DE PILATOS
Os judeus levaram Jesus da casa de Caifás ao Pretório para o entregarem a Pôncio Pilatos, governador romano da Judéia. Pilatos saiu do Pretório e perguntou aos judeus: "Que acusação apresentais contra este homem?". Eles responderam: "Estava sublevando a nossa nação, proibindo de pagar o tributo a César e dizendo que ele é o Cristo Rei”. Pilatos tornou a entrar no Pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: "És tu o rei dos judeus?". Jesus respondeu: "Dizes isto por ti mesmo ou foram os outros que te falaram sobre mim?". Pilatos respondeu: "Acaso eu sou judeu? A tua nação e os príncipes dos sacerdotes é que te entregaram nas minhas mãos. O que fizeste?". Jesus respondeu: "O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, certamente os meus soldados se esforçariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui". Então Pilato disse-lhe: "Logo, tu és rei". Respondeu Jesus: "Tu o dizes: eu sou rei". Então Pilatos foi ter com os judeus e disse-lhes: "Não encontro nele crime algum". Os príncipes dos sacerdotes e os anciãos apresentavam toda espécie de acusações contra ele, mas Jesus não respondeu nada.





PILATOS QUER LIBERTAR JESUS
Tendo chamado os príncipes dos sacerdotes, os magistrados e o povo, Pilatos disse-lhes: "Apresentaste-me este homem como perturbador. Interroguei-o na vossa presença e não encontrei nenhuma das culpa de que o acusais. Vou soltá-lo depois de o castigar”. Havia um preso famoso chamado Barrabás. Era um ladrão e assassino preso por ter cometido homicídio num motim. Quando a multidão se juntou, Pilatos perguntou: "A quem quereis que eu solte: Barrabás ou Jesus chamado o Cristo”. Os príncipes dos sacerdotes incitaram o povo a pedir a libertação de Barrabás e pedir a morte de Jesus. O governador, falando outra vez, disse: "Qual dos dois quereis que eu solte?". O povo gritou: "Queremos Barrabás". Pilatos, que desejava libertar Jesus, disse: "O que farei com Jesus, chamado o Cristo?". Gritaram: "Crucifica-o! Crucifica-o!”. Pilatos disse-lhes ainda: "Mas que mal ele fez? Não encontro nele causa alguma de morte". Mas os judeus gritavam cada vez mais: "Crucifica-o! Crucifica-o!".





JESUS É FLAGELADO E COROADO DE ESPINHOS
Pilatos, vendo que nada conseguia, mandou vir água e lavou as mãos diante da multidão, dizendo: "Estou inocente do sangue deste justo! A vós pertence toda a responsabilidade!". O povo gritou: "Que caia o seu sangue sobre nós e nossos filhos". Cedendo às exigências, Pilatos soltou Barrabás e mandou flagelar Jesus. Em seguida, os soldados levaram Jesus para o Pretório, despojaram-no de suas vestes e puseram-lhe sobre os ombros um manto escarlate; teceram uma coroa de espinhos e enterraram-na em sua cabeça; colocaram-lhe uma cana na mão direita e, dobrando o joelho, ridicularizavam-no, dizendo: "Salve, ó rei dos judeus". Cuspiam-lhe na face e, tirando-lhe a cana da mão, batiam-lhe com ela na cabeça. Depois, davam-lhe bofetadas.





JESUS É CONDENADO À MORTE
Então Pilatos mandou levar Jesus à presença do povo, com a coroa de espinhos e o manto púrpura. E disse aos judeus: "Eis aqui o homem". Mas logo que o viram, os judeus gritaram: "Crucifica-o! Crucifica-o". Disse-lhes Pilatos: "Tomai-o vós e crucifiquem-no porque eu não encontro nele crime algum". Responderam-lhe os judeus: "Se o soltas, não és amigo de César”. Aterrado, Pilatos pronunciou a sentença de morte e entregou Jesus aos judeus, para que o crucificassem.






JESUS É CRUCIFICADO
Depois de tornarem a vesti-lo com suas vestes, os soldados levaram Jesus para ser crucificado. Carregando a sua cruz, Jesus saiu da cidade a caminho do monte Calvário, também chamado Gólgota. Com ele seguiam outros dois condenados, dois malfeitores, destinados ao suplício. Pelo caminho, encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, que voltava do campo e o obrigaram a levar a cruz atrás de Jesus.No Calvário, Jesus foi crucificado, entre os dois ladrões, um à sua direita e o outro à sua esquerda. E Jesus orava: "Pai, perdoai-os, pois não sabem o que fazem”. Os soldados dividiram entre si as vestes de Jesus, tirando a sorte. Como a túnica era uma peça única, lançaram a sorte para ver a quem cabia. Junto à cruz do Senhor estava Maria, sua Mãe, e o apóstolo João. Jesus disse à Mãe: "Mulher, eis aí o teu filho". Depois disse ao discípulo: "Eis aí a tua Mãe". E a partir daquele momento o discípulo tomou Maria consigo.





JESUS MORRE NA CRUZ
Depois Jesus disse: "Tenho sede!". Um dos soldados molhou a esponja em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara e chegou-a aos lábios de Jesus. Após provar o vinagre, Jesus disse: "Tudo está consumado!”. Em seguida, exclamou em alta voz: "Pai! Nas vossas mãos entrego o meu espírito". Depois destas palavras, inclinou a cabeça e expirou. Imediatamente a terra tremeu, os rochedos racharam, os túmulos se abriram e muitos mortos ressuscitaram. O centurião e os soldados que estavam de guarda disseram: "Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus!".





JESUS É SEPULTADO
Ao anoitecer, um dos soldados traspassou com a lança o lado de Jesus. E logo saiu sangue e água. Pouco depois, dois homens piedosos e estimados, José de Arimatéia e Nicodemos, desprenderam da cruz o corpo do Senhor. Envolveram-no em um lençol de linho fino e o colocaram em um sepulcro novo, aberto no rochedo. Rolaram uma grande pedra sobre a entrada do sepulcro. Os judeus selaram a pedra e puseram soldados a guardar o sepulcro. A Glorificação de Jesus





JESUS SAI DO TÚMULO
Na aurora do terceiro dia, Jesus ressuscitou dentre os mortos e saiu glorioso do túmulo. De repente, sentiu-se um grande tremor de terra. Do céu desceu um anjo que rolou a pedra do túmulo para o lado e se sentou em cima dela. O seu rosto brilhava como um relâmpago e os seus vestidos eram brancos como a neve. À vista do anjo, os guardas foram tomados pelo medo e caíram como mortos.





JESUS APARECE ÀS SANTAS MULHERES
Ao raiar do sol, algumas mulheres piedosas foram ao sepulcro para embalsamar o corpo de Jesus. Quando lá chegaram, viram a pedra que o fechava afastada para o lado. O anjo disse-lhes: "Procurais a Jesus de Nazaré que foi crucificado? Ressuscitou! Não está mais aqui! Ide dizer aos discípulos”. Quando regressavam, apareceu-lhes Jesus e disse: "Eu vos saúdo!". Cheias de alegria, prostraram-se para o adorar.





JESUS APARECE AOS DISCÍPULOS DE EMAÚS
Nesse mesmo dia, dois discípulos seguiam para uma aldeia chamada Emaús e iam falando sobre os acontecimentos dos três últimos dias. Jesus aproximou-se deles, mas não o reconheceram. Perguntou Jesus: "Que conversas são essas e por que estais tão tristes?". E eles contaram-lhe. Então Jesus começou a instruí-los nestas palavras: "Não era preciso que o Cristo sofresse tais coisas para entrar na sua glória?". E explicou-lhes o que dele havia sido dito em todas as Escrituras. Quando chegaram a Emaús, pareceu-lhes que Jesus ia para mais longe. Por isso disseram-lhe: "Ficai conosco porque já é tarde e o dia se encerra". Jesus entrou com eles na hospedaria e, estando com eles à mesa, tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu. Então seus olhos se abriram e puderam reconhecê-lo. Mas Jesus desapareceu imediatamente.





JESUS APARECE AOS APÓSTOLOS NO CENÁCULO
Estando os apóstolos e os discípulos reunidos em Jerusalém, numa sala às portas fechadas, Jesus entrou de repente e disse-lhes: "A paz esteja convosco! Assim como o Pai me enviou também eu vos envio". Depois destas palavras, soprou sobre eles, dizendo: "Recebam o Espírito Santo! Àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhe-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhe-ão retidos".







JESUS DESIGNA PEDRO PARA CHEFE DA IGREJA
Um dia, Jesus manifestou-se a sete discípulos junto do lago de Genesaré. E disse a Pedro: "Simão, filho de Jonas, tu me amas mais do que estes?". Pedro respondeu: "Sim, Senhor, vós sabeis que eu vos amo". Jesus disse-lhe: "Apascenta os meus cordeiros”. Jesus perguntou pela segunda vez: "Simão, filho de Jonas, tu me amas?". Pedro respondeu: "Sim, Senhor, vós sabeis que eu vos amo". Jesus disse-lhe: "Apascenta os meus cordeiros". Perguntou ainda pela terceira vez: "Simão, filho de Jonas, tu me amas?". Pedro ficou triste porque Jesus perguntara-lhe pela terceira vez: "Tu me amas?". E respondeu: "Senhor, vós sabeis tudo, bem sabes que eu te amo". Disse-lhe Jesus: "Apascenta as minhas ovelhas".





A ASCENÇÃO DE JESUS
Quarenta dias depois da ressurreição, Jesus apareceu mais uma vez aos apóstolos no Cenáculo, em Jerusalém. E disse-lhes: "Ide pelo mundo inteiro e ensinai todas as nações. Batizai-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". Depois levou-os ao monte das Oliveiras e, erguendo as mãos, abençoou-os. Enquanto os abençoava, subiu ao céu. Os apóstolos estavam a vê-lo subir quando dois anjos vestidos de branco apareceram e lhes disseram: "Este Jesus tornará a descer do céu da mesma forma como o vistes subir". Os apóstolos voltaram para Jerusalém repletos de alegria.





O ESPÍRITO SANTO DESCE SOBRE OS DISCÍPULOS
Reunidos no Cenáculo, em Jerusalém, os discípulos de Jesus passaram nove dias inteiros em oração. O décimo dia era o Pentecostes dos judeus. De repente, ouviu-se do céu um ruído semelhante ao de uma tempestade, que encheu toda a casa. Ao mesmo tempo, apareceram umas línguas de fogo que pousaram sobre cada um deles. E todos começaram a falar em línguas estrangeiras. Ouvindo o ruído, muita gente acorreu até aquela casa. Pedro começou a falar: "Homens de Israel, ouvi! Este Jesus de Nazaré, que vós crucificastes, ressuscitou dos mortos. E eis que nos enviou o Espírito Santo”. Muitos dos judeus pediram então o batismo. Eram quase três mil.





A IGREJA ESPALHA-SE POR TODO O MUNDO
Depois do Pentecostes, os apóstolos pregaram o Evangelho, primeiro aos judeus, depois aos pagãos. Muitos acolheram a doutrina de Jesus e passaram a se chamar cristãos. [A Igreja de Jesus Cristo foi se espalhando diariamente pelo mundo. Aumentará cada vez mais e não terminará nunca. Esta foi à promessa feita por Jesus Cristo, seu divino fundador, aos apóstolos: "Eu estarei convosco todos os dias até a consumação dos séculos!".]

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